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(ANSA) – O papa Francisco enviou uma carta para o padre jesuíta americano James Martin para agradecê-lo por seu trabalho pastoral com a comunidade LGBTQIA+, por ocasião do webinar “Outreach 2021”, realizado em apoio à causa.
“Deus se aproxima com amor de cada um de seus filhos, de cada um e de todos eles. Seu coração está aberto a todos e a cada um deles. Ele é Pai”, diz o Pontífice no texto em espanhol.
Na carta, publicada neste domingo (27) no Twitter de Martin, Francisco agradeceu ao religioso “por seu zelo pastoral e sua capacidade de estar perto das pessoas com aquela proximidade que Jesus tinha e que reflete a proximidade de Deus”.
Além disso, Jorge Bergoglio lembrou que Deus “se aproxima com amor de cada um de seus filhos, de cada um e de todos eles. Seu coração está aberto a todos e a cada um deles. Ele é Pai”.
“O ‘estilo’ de Deus tem três traços: proximidade, compaixão e ternura. Esta é a maneira como Ele se aproxima de cada um de nós”, escreveu o Papa, ressaltando que Martin “tenta imitar este estilo de Deus”.
“Você é um sacerdote para todos e todas, como Deus é Pai de todos e todas. Rezo por você para que possa continuar assim, estando próximo, compassivo e com muita ternura”, acrescentou o líder da Igreja Católica.
Martin é duramente criticado pela ala mais conservadora da Igreja, assim como Francisco. A mensagem do Papa é uma forma de distanciar as recentes controvérsias dentro do Vaticano em relação à comunidade LGBTQIA+.
“Rezo por seus fiéis, seus ‘paroquianos’, todos aqueles que o Senhor colocou ao seu lado para que você possa cuidar deles, protegê-los e fazê-los crescer no amor de nosso Senhor Jesus Cristo”, concluiu o Papa.
Nos últimos dias, o Vaticano virou alvo de críticas na Itália após ter enviado uma nota verbal à embaixada italiana na Santa Sé pedindo alterações na “Lei Zan”, texto aprovado pela Câmara e que tramita no Senado para equiparar a homofobia e a transfobia ao racismo e à discriminação religiosa no Código Penal.
O argumento usado pelos religiosos é que a lei viola um acordo bilateral de 1984 e compromete a liberdade da Igreja Católica de desempenhar sua “missão pastoral, educativa e de caridade, evangelização e santificação”. Além disso, a Santa Sé teme que padres possam ser punidos por expressar opiniões sobre homossexuais.
O papa Francisco, por sua vez, não se pronunciou diretamente sobre o caso, mas aproveitou o Angelus deste domingo (27) para pedir que os fiéis “parem de julgar os outros” e busquem amar mais o próximo. Ele ainda questionou sobre qual seria “a maior doença” da vida atual e ressaltou que “é a falta de amor”.