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Macron institui a obrigação da vacinação anti-Covid em profissionais de saúde e impõe passe sanitário

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RFI- Um forte apelo por uma maior adesão à campanha de vacinação na França foi a espinha dorsal do pronunciamento do presidente francês Emmanuel Macron na noite desta segunda-feira (12). Mas a defesa da imunização também representou a confirmação da aguardada e polêmica decisão da obrigatoriedade da vacina aos profissionais de saúde, sob pena de terem seus salários suspensos.

Durante um discurso de cerca de meia hora, o chefe de Estado insistiu na defesa do imunizante como a única maneira de confrontar uma quarta onda da epidemia e retomar o crescimento econômico. “Nosso país está sendo confrontado por uma forte retomada da epidemia”, alertou Macron, acrescentando que “se nós não agirmos desde hoje, haverá uma forte alta de hospitalizações no mês de agosto”, se referindo principalmente à ameaça representada pela variante Delta. “A vacinação de todos os franceses é o único caminho para um retorno à normalidade”, enfatizou.

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Os esforços em torno do controle da epidemia de Covid-19, e da adesão à vacinação, incluem a obrigatoriedade de apresentação do passaporte sanitário a partir de 21 de julho para acesso a locais de lazer e de cultura que reúnam mais de 50 pessoas. Já em cafés, restaurantes, centros comerciais e hospitais, o passe se torna obrigatório a partir do mês de agosto, quando também passará a haver controle de deslocamentos por avião, trem e até automóveis para casos de longa distância.

Aliado ao aumento do controle, estará, claro, a ampliação do acesso às vacinas. O presidente Macron anunciou este como o “Été de Mobilisation”, o Verão da Mobilização, motivando os franceses a procurarem postos de vacinação até mesmo nos locais para onde viajarem de férias e a não interromperem a campanha. Ele também declarou que “campanhas de vacinação para alunos de colégios e liceus e outros estudantes são previstas na volta às aulas”, que acontece em setembro na França.

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Mas o ponto mais sensível, e talvez mais esperado, no discurso do chefe de Estado não diz respeito a campanhas ou passes sanitários, mas sobre a polêmica em torno da obrigatoriedade de vacinação de profissionais da área de saúde, que acabou se confirmando: “A vacinação se tornará obrigatória para todas as pessoas de estabelecimentos de saúde”, revelou Macron.

Com a decisão, a partir de 15 de setembro a vacinação se torna obrigatória para profissionais que atuem na área, mesmo para aqueles sem formação médica ou de enfermagem, desde que trabalhem em hospitais, clínicas, casas geriátricas, assim como para profissionais ou voluntários que tenham contato com pessoas idosas.

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Em seguida ao pronunciamento do presidente, o ministro francês da Saúde, Olivier Véran, anunciou que aqueles profissionais que não se vacinarem terão seus salários suspensos a partir de 15 de setembro.

Fim dos testes gratuitos

Outra informação relativamente esperada é de que os testes de Covid-19, que já deixaram de ser oferecidos gratuitamente na França a turistas estrangeiros desde 7 de julho, agora deixam de ser gratuitos a todos. “Os testes PCR sem pedidos médicos não serão mais reembolsados a partir do outono”, preveniu Macron.

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O presidente francês ainda revelou que nos territórios franceses da Martinica e da Ilha da Reunião, o estado de “urgência sanitária será promulgado a partir de amanhã (13), com instauração de toque de recolher”.

A segunda parte do pronunciamento de Emmanuel Macron foi fortemente comprometida com a recuperação econômica, em que, em sua opinião, a vacinação da população também ocupa um papel central. Ele celebra a média de 2 mil novos casos diários de Covid-19 hoje contra 30 mil novos casos no pior momento da pandemia, e afirma que dos cerca de 300 mil postos de trabalho fechados pela crise sanitária, aproximadamente 187 mil foram recuperados. “Nove milhões de doses de vacinas aguardam por vocês”, insistiu o chefe de Estado.

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Ao lado da imunização da população, o presidente francês também aposta em uma maior “independência” francesa para a retomada da economia, sustentada no anúncio de € 7 bilhões em investimentos e pesquisas, com a expectativa de criar mais 160 mil novos postos de trabalho a curto prazo. A estratégia estaria alinhada ao plano de crescimento sustentável previsto para 2030.

As outras estratégias de crescimento estariam apoiadas em programas de requalificação profissional, em iniciativas específicas de oportunidades voltadas para o público jovem, apontado por Macron como um dos maiores prejudicados pela crise sanitária, mas passa também pela polêmica reforma da previdência, que pretende simplificar o sistema de aposentadorias, que hoje apresenta 42 diferentes regimes no país.

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