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A funcionária do Facebook que se apresentou como fonte em uma investigação do Wall Street Journal sobre o gigante da mídia social vai testemunhar ao Senado dos EUA nesta terça-feira (5), um dia depois de acusar seu ex-empregador de “separar nossas sociedades”.
Frances Haugen, que revelou sua identidade durante uma entrevista no domingo no programa “60 Minutes” da CBS, tem cooperado com um subcomitê de Comércio do Senado como parte de seus esforços contínuos para avaliar as regulamentações em potencial para o gigante da mídia social.
A série de reportagens publicadas pelo Wall Street Journal nas últimas semanas mostrou, entre outras coisas, que uma pesquisa do Facebook sobre a influência do Instagram descobriu que a plataforma social pode reforçar, entre adolescentes, a insatisfação com a imagem do próprio corpo, especialmente entre meninas, podendo levar a transtornos alimentares e depressão.
Haugen deve contar ao subcomitê do Senado sobre as evidências que ela supostamente tem e que mostra que a empresa intencionalmente ignorou as evidências de seu impacto potencialmente prejudicial.
“Houve conflitos de interesse entre o que era bom para o público e o que era bom para o Facebook”, alegou Haugen no “60 Minutes” no domingo. “E o Facebook repetidamente escolheu otimizar para seus próprios interesses, como ganhar mais dinheiro.”
O Facebook refutou publicamente as afirmações de Haugen, apontando para os investimentos em segurança que a empresa fez nos últimos anos.
“Todos os dias, nossas equipes precisam equilibrar a proteção da capacidade das pessoas de se expressarem abertamente com a necessidade de manter nossa plataforma um lugar seguro e positivo”, disse Lena Pietsch, diretora de comunicações políticas do Facebook, em comunicado no domingo. “Sugerir que encorajemos conteúdo impróprio ou não façamos nada não é verdade.”
Nick Clegg, vice-presidente de assuntos globais do Facebook, disse em uma entrevista à CNN americana no domingo que aqueles que fazem acusações de que a empresa está encomendando pesquisas para “deliberadamente” afastá-la e colocá-la “de trás para frente”.
“Se não quiséssemos abordar essas questões, não encomendaríamos a pesquisa em primeiro lugar”, disse Clegg.