Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
O arcebispo sul-africano Desmond Tutu, que morreu neste domingo (26) aos 90 anos, foi a bússola moral de sua amada “nação do arco-íris”, nunca temendo falar a verdade ao poder, qualquer que seja seu credo ou cor.
Um ativista incansável, ele ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1984 por combater o governo da minoria branca em seu país.
“O falecimento do arcebispo emérito Desmond Tutu é outro capítulo de luto na despedida de nossa nação a uma geração de notáveis sul-africanos que nos legou uma África do Sul libertada”, disse o presidente Cyril Ramaphosa em um comunicado.
Notoriamente franco, mesmo após a queda do regime racista do apartheid , Tutu nunca se esquivou de enfrentar as deficiências ou injustiças da África do Sul .
“É um grande privilégio, é uma grande honra que as pessoas pensem que talvez seu nome possa fazer uma pequena diferença”, disse ele à AFP pouco antes de seu 80º aniversário em 2011.
Seja enfrentando sua igreja pelos direitos dos homossexuais, fazendo lobby pela criação de um Estado palestino ou convocando o Congresso Nacional Africano da África do Sul contra a corrupção, suas campanhas de alto perfil foram espinhosas e muitas vezes indesejáveis.
Ninguém no topo foi poupado – nem mesmo seu amigo íntimo, o falecido presidente Nelson Mandela , com quem Tutu lutou em 1994 sobre o que chamou de “mentalidade de trem da alegria” do ANC.
No entanto, “o Arco” trouxe uma alegria exuberante a todos os seus empreendimentos.
Rápido para contar piadas – geralmente às suas próprias custas – ele estava sempre pronto para dançar e rir ruidosamente com uma gargalhada contagiante que se tornou sua marca registrada.
Foi Tutu quem cunhou e popularizou o termo “Nação Arco-Íris” para descrever a África do Sul quando Mandela se tornou presidente.
Na época, Tutu servia como o primeiro arcebispo anglicano negro da Cidade do Cabo.
Ordenado aos 30 anos e nomeado arcebispo em 1986, ele usou sua posição para defender sanções internacionais contra o apartheid e, mais tarde, para fazer lobby por direitos em todo o mundo.