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A Suprema Corte da Rússia acatou um pedido da Promotoria e decidiu nesta terça-feira (28), que o Memorial, o grupo de direitos humanos mais conhecido do país, deve ser fechado.
No mês passado, os promotores acusaram o Memorial Human Rights Center, com sede em Moscou, e sua estrutura principal, o Memorial International, de violar a lei russa de “agentes estrangeiros”, pedindo ao tribunal que os dissolva.
O tribunal decidiu a favor da acusação, que disse na audiência que o Memorial “cria uma falsa imagem da URSS como um estado terrorista, encobre e reabilita criminosos nazis”, referindo-se à União Soviética.
O Memorial, que mais recentemente se manifestou contra a repressão aos críticos do presidente russo, Vladimir Putin, considerou o processo como politicamente motivado.
“Este é um mau sinal, mostrando que nossa sociedade e nosso país estão indo na direção errada”, disse o presidente do Memorial Board, Jan Raczynski, de acordo com a agência de notícias TASS.
A agência de notícias Interfax citou um advogado do grupo dizendo que iria apelar, na Rússia e no Tribunal Europeu de Direitos Humanos.
Reagindo à decisão do tribunal, Marie Struthers, Diretora da Amnistia Internacional para a Europa Oriental e Ásia Central, condenou a medida, dizendo que ao “encerrar a organização, as autoridades russas pisotearam a memória de milhões de vítimas perdidas para o Gulag”.
Struthers disse que a decisão de fechar o Memorial Internacional deve ser “imediatamente anulada”, pois representou “um ataque direto aos direitos à liberdade de expressão e associação” e “um ataque flagrante à sociedade civil que visa confundir a memória nacional do estado repressão.”