Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
A coalizão liderada pela Arábia Saudita bombardeou Hodeida, no Iêmen, durante a desta quinta-feira (21), derrubando um centro de telecomunicações e desencadeando um apagão da internet em todo o país.
O ataque ocorreu depois que a coalizão liderada pela Arábia Saudita que luta ao lado do governo internacionalmente reconhecido do Iêmen contra os huthis bombardeou o porto vital de Hodeida durante a noite, provocando um apagão na Internet em todo o país.
Os rebeldes apoiados pelo Irã divulgaram terríveis imagens de vídeo do que eles disseram ser as consequências do ataque à prisão em Saada, mostrando prédios bombardeados com equipes de resgate levantando corpos dos escombros e cadáveres mutilados nas proximidades.
“Houve um ataque a um centro de detenção em Saada e atualmente as equipes do CICV estão inspecionando o local para verificar o número de mortos e feridos”, disse à AFP Basheer Omar, porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha no Iêmen.
A coalizão liderada pela Arábia Saudita não reivindicou o ataque a Saada, o coração dos huthis.
Separadamente, um ataque aéreo da coalizão atingiu um centro de telecomunicações na cidade portuária de Hodeida. O Iêmen posteriormente sofreu um apagão na Internet em todo o país, de acordo com um monitor da web.
A escalada ocorre depois que os huthis sequestraram um navio com bandeira dos Emirados Árabes Unidos no Mar Vermelho, provocando um aviso da coalizão, que também inclui os Emirados Árabes Unidos, de que teria como alvo portos rebeldes.
A guerra civil do Iêmen começou em 2014, quando os huthis tomaram a capital Sanaa, levando as forças lideradas pela Arábia Saudita a intervir para sustentar o governo no ano seguinte.
A coalizão liderada pela Arábia Saudita disse ter como alvo durante a noite um “centro de pirataria e crime organizado” em Hodeida, cujo porto é uma tábua de salvação para o país em apuros.
Os huthis disseram que pessoas foram mortas no ataque a Hodeida, mas sua declaração não pôde ser confirmada imediatamente. Um correspondente da AFP em Hodeida descreveu um ataque em grande escala.
O órgão de vigilância global da Internet NetBlocks relatou um “colapso em escala nacional da conectividade com a Internet” após o bombardeio. Correspondentes da AFP em Hodeida e Sanaa confirmaram a interrupção.
A agência de notícias estatal da Arábia Saudita disse que a coalizão realizou “ataques aéreos de precisão… para destruir as capacidades da milícia huthi em Hodeida”.
Na segunda-feira, os rebeldes reivindicaram um ataque de drones e mísseis que atingiu instalações petrolíferas e o aeroporto da capital dos Emirados Árabes, Abu Dhabi, matando três pessoas e ferindo outras seis.
O ataque – o primeiro ataque mortal reconhecido pelos Emirados Árabes Unidos dentro de suas fronteiras e reivindicado pelos insurgentes huthis – abriu uma nova frente na guerra do Iêmen e aumentou as tensões regionais.
Em retaliação, a coalizão realizou ataques aéreos contra Sanaa, controlado pelos rebeldes, que mataram 14 pessoas.
No início deste mês, os huthis sequestraram o Rwabee, com bandeira dos Emirados Árabes Unidos, no Mar Vermelho, acusando-o de transportar equipamento militar – uma alegação contestada pela coalizão e pelos Emirados Árabes Unidos.
Os 11 tripulantes internacionais do navio estão sendo mantidos em cativeiro.
A escalada regional segue intensos confrontos no Iêmen, incluindo avanços da Brigada de Gigantes, treinada pelos Emirados Árabes Unidos, que expulsou os rebeldes da província de Shabwa.
Essa derrota foi um golpe para a campanha de meses dos huthis para capturar a vizinha Marib, o último reduto do governo no norte.
O ministro das Relações Exteriores do Iêmen, Ahmed Bin Mubarak, disse na sexta-feira que realizou uma “reunião construtiva” com o enviado norte-americano Tim Lenderking e a encarregada de negócios Cathy Westley.
“Discutimos os recentes desenvolvimentos políticos, econômicos e militares.”
“Enfatizei que a comunidade internacional não deveria permitir que um grupo desonesto mexesse com a segurança da região”, acrescentou, referindo-se aos rebeldes huthis.
A guerra civil do Iêmen foi uma catástrofe para milhões de cidadãos que fugiram de suas casas, com muitos à beira da fome no que a ONU chama de pior crise humanitária do mundo.
A ONU estimou que a guerra matou 377.000 pessoas até o final de 2021, direta e indiretamente por fome e doenças.
strs/sy/th/dv/dwo