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O opositor russo Alexei Navalny, atualmente na prisão, apelou esta quarta-feira (02) aos seus compatriotas a sair à rua contra a invasão da Ucrânia ordenada pelo líder russo Vladimir Putin, ao qual descreveu como “czar louco”.
“A Rússia quer ser uma nação de paz. Infelizmente, poucas pessoas nos chamarão assim agora. Mas pelo menos que não nos tornemos num país de gente assustada e silenciosa, de cobardes que fingem não se dar conta da guerra contra a Ucrânia provocada pelo nosso obviamente czar louco”, disse Navalny no Twitter.
O opositor sublinhou que “Putin não é a Rússia. E se há algo na Rússia em que um se pode atualmente orgulhar é das 6.824 pessoas que foram detidas porque -de forma espontânea- saíram às ruas com cartazes que diziam ‘Não à guerra’”.
Navalny referia-se às milhares de pessoas que foram detidas nos últimos dias em várias cidades russas por se manifestar contra a guerra.
“Não posso, não quero e não ficarei em silêncio a ver como as idiotices pseudohistóricas sobre os acontecimentos de há 100 anos se tornaram numa desculpa para que os russos matem os ucranianos e os ucranianos matem os russos para se defender”, prossegue.
“É a terceira década do século XXI e estamos a ver notícias sobre pessoas que queimadas em tanques e casas bombardeadas. Estamos a ver ameaças reais do começo de uma guerra nuclear nos nossos televisores”, acrescentou.
Navalny recorda que está preso e não pode estar presente nos protestos, mas reitera o seu apelo aos cidadãos a se manifestar diariamente contra a invasão da Ucrânia:
“Não podemos esperar mais. Esteja onde estiverem, na Rússia, Bielorrússia ou no outro lado do planeta, vão para a praça principal da vossa cidade todos os dias”.
“Devemos, apertando os dentes e ultrapassando o medo, sair e exigir o fim da guerra. Cada pessoa detida deve ser substituída por duas recém chegadas” aos protestos.
Navalny foi envenenado em agosto de 2020 com uma arma química de fabrico russo (Novichok) e acusa os serviços secretos russos da tentativa de assassinato. Depois de regressar à Rússia em janeiro de 2021 após vários meses de recuperação na Alemanha, foi detido e condenado a dois anos e meio de prisão e, desde então, o Ocidente reivindica insistentemente a sua libertação.
Atualmente está a ser julgado novamente por novas acusações de corrupção que o Ocidente e algumas ONG consideram que são meramente políticas.