A grande maioria das exportações de petróleo da Rússia é comprada pela Europa e pela China, que juntas respondem por 90% das exportações totais do país.
Isso tornou mais difícil para a Europa decretar proibições semelhantes às dos EUA às importações russas e diminui o impacto econômico em Moscou pela decisão do governo Biden nesta semana de cortar o petróleo russo.
O Brasil importou cerca de 365 mil barris de petróleo bruto da Rússia em 2021. O montante equivale a apenas 0,6% do volume total importado pelo país, de 62,9 milhões de barris. Ainda que o Brasil repetisse a decisão dos Estados Unidos de proibir o petróleo russo, o impacto sobre o mercado interno seria desprezível.
Importações de petróleo bruto da Rússia, em milhões de barris por dia
(Florescer)
A Rússia é o maior exportador mundial de petróleo para os mercados globais e o segundo maior exportador de petróleo bruto atrás da Arábia Saudita, exportando cerca de 2,85 milhões de barris por dia por vias marítimas e oleodutos, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE).
As nações europeias são o maior comprador coletivo desse petróleo, enquanto a China é o maior comprador individual do petro-estado. Em 2021, a Europa comprou cerca de 42% da produção total de petróleo da Rússia, enquanto a China comprou 14% e 30% ficou na Rússia.
Outros países importantes para comprar petróleo russo incluem Alemanha, Holanda, EUA, Polônia e Coréia do Sul.
Os clientes da Rússia são variados e, fora da Europa, a maioria – como China e Estados Unidos – vem de uma ampla variedade de fontes.
Mas os países europeus, que em novembro de 2021 importaram cerca de sete vezes mais petróleo russo do que os Estados Unidos, dependem muito mais das importações de petróleo russo e alguns países do Leste Europeu são quase inteiramente dependentes do petróleo russo.
A Lituânia, por exemplo, recebe 83% de suas importações de petróleo da Rússia, seguida pela Finlândia (80%), Eslováquia (74%), Polônia (58%), Hungria (43%) e Estônia (34%).
A Alemanha segue com 30%, acompanhada pela Noruega (25%), Bélgica (23%), Turquia (21%), Dinamarca (15%) e Espanha (11%).
Nessa lista, apenas a Noruega tem uma indústria petrolífera substancial própria – é o 13º maior produtor do mundo – e os 45.000 barris que importou da Rússia todos os dias em 2021 empalideceram em comparação com os mais de 2 milhões de barris que produziu.
A Rússia é um grande produtor, consumidor e exportador não apenas de petróleo, mas também de carvão e gás natural, e de vários produtos refinados feitos a partir deles. A indústria de combustíveis fósseis da Rússia produziu o equivalente em energia a 11 bilhões de barris de petróleo em 2019, segundo a AIE.
Para muitos países europeus, o petróleo russo e o gás natural são fontes vitais de energia e calor, e o petróleo russo é a fonte dominante de gasolina e outros produtos refinados de petróleo.
O país exportou cerca de 54% de seu carvão, 31% de seu gás natural e 70% de seu petróleo em 2019, de acordo com a AIE, com o carvão exportado principalmente para as indústrias de energia e metalurgia da China e o petróleo e gás natural indo principalmente para Europa.