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Os lockdowns generalizados na China , semelhantes às medidas tomadas no centro de tecnologia do sul de Shenzhen, podem afetar metade do produto interno bruto do país.
No domingo, as autoridades colocaram os 17,5 milhões de moradores de Shenzhen em isolamento por pelo menos uma semana em meio a uma onda de infecções por Covid-19 na cidade. Xangai suspendeu as aulas presenciais e fechou os serviços de ônibus intermunicipais, enquanto o centro industrial nordeste de Changchun, em Jilin – uma cidade de cerca de 9 milhões de pessoas e responsável por cerca de 11% da produção anual total de carros da China em 2020 – foi bloqueado Semana Anterior.
À medida que os casos aumentam em outros lugares, metade do PIB e da população da China serão impactados pelo surto mais recente, de acordo com economistas do Australia & New Zealand Banking Group Ltd. A Bloomberg Economics disse em uma nota recente que em 9 de março, 14 províncias tiveram alta ou média -regiões de risco, representando 54,4% do PIB nacional.
“Mais cidades podem seguir a prática de Shenzhen”, disse Raymond Yeung, economista-chefe da Grande China no ANZ, em nota na segunda-feira (15), observando a decisão da cidade de fechar o transporte público e impedir que as pessoas saiam ou entrem. “Se o bloqueio for estendido, o crescimento econômico da China será significativamente afetado.”
Embora Yeung tenha dito que o ANZ ainda não está revisando sua previsão para 2022, eles estão “cautelosos” com novas restrições. O ANZ prevê um crescimento do PIB de 5% para o ano, inferior à meta do governo de cerca de 5,5%.
Se as principais províncias ao longo da costa e no nordeste seguirem o exemplo de Shenzhen e ficarem fechadas por uma semana, o custo econômico poderá chegar a 0,8 ponto percentual, disse Yeung.
A Nomura Holdings Inc. disse que os custos econômicos da abordagem Covid Zero da China são altos e os participantes do mercado podem estar muito otimistas com as perspectivas de crescimento deste ano. O banco espera expansão do PIB de 4,3%, bem abaixo da previsão consensual dos economistas de 5,2%.
A China está enfrentando aglomerados que se espalham rapidamente gerados pela variante omicron altamente infecciosa. Os novos casos diários saltaram para mais de 3.300 no sábado, de pouco mais de 300 há uma semana. O aumento representa um desafio sem precedentes para a estratégia Covid Zero do país, que até agora protegeu seu vasto setor industrial, mas diminuiu o consumo.
Desligamento da Foxconn
Embora o PIB de Shenzhen seja apenas 2,7% da produção nacional, a cidade abriga a sede de gigantes da tecnologia como a Tencent Holdings Ltd. e a fornecedora da Huawei Technologies Co. Apple Inc. Foxconn, empresa taiwanesa também conhecida como Hon Hai Precision Industry, que tem sua sede na China na área. A empresa interrompeu as operações em Shenzhen, inclusive em um local que produz iPhones, em resposta ao bloqueio.
As principais empresas financeiras, incluindo Ping An Insurance Group Co. e China Merchants Bank Co., também estão sediadas na cidade. E vários bancos estrangeiros como UBS Group AG e HSBC Holding abriram filiais na área.
Corretoras e grandes bancos estaduais da cidade suspenderam os serviços presenciais após o bloqueio, de acordo com avisos e reportagens da mídia local.
Shenzhen é o segundo porto mais importante da China depois de Xangai e processa cerca de 10% dos contêineres enviados da China em qualquer mês. Uma parte do porto foi fechada por semanas em meados de 2021 para conter um surto local de Covid, mas mesmo assim o porto conseguiu enviar quase 2 milhões de contêineres em junho de 2021.
O porto de Yantian disse em comunicado na segunda-feira que está operando normalmente depois que Shenzhen reforçou os controles de vírus.
Embora o Covid Zero não tenha causado grandes perturbações econômicas até agora, as restrições estão tornando a economia “particularmente vulnerável à variante omicron mais contagiosa”, disse Louis Kuijs, economista-chefe da Ásia-Pacífico da S&P Global Ratings.
“Globalmente, o impacto econômico do Covid está diminuindo à medida que os governos diminuem as restrições e muitos adotam uma abordagem de ‘viver com o Covid’”, acrescentou Kuijs. “No entanto, para a China, o omicron é um risco fundamental para a demanda doméstica, produção e, possivelmente, cadeias de suprimentos”.
Foxconn pausa site do iPhone Shenzhen no bloqueio (Reuters)
Os fornecedores da Apple Foxconn e Unimicron Technology disseram na segunda-feira que suspenderam as operações na cidade chinesa de Shenzhen, depois que o centro de tecnologia impôs medidas estritas para conter um surto de Covid-19. Shenzhen, conhecida como o Vale do Silício da China, está realizando testes em massa depois que dezenas de novos casos locais foram registrados.
China bloqueia segundo edifício mais alto do mundo (Bloomberg)
A Shanghai Tower foi fechada na segunda-feira, prendendo trabalhadores e visitantes no interior, enquanto as autoridades corriam para conter um surto de Covid-19 em expansão. O edifício mais alto da China e o segundo mais alto do mundo depois do Burj Khalifa, em Dubai, foi bloqueado conforme exigido pelas medidas de controle de vírus.