O papa Francisco disse nesta quarta-feira (4) que os “latidos” da Otan à porta da Rússia podem ter resultado no lançamento de uma ofensiva militar do presidente Vladimir Putin na Ucrânia.
O pontífice disse que não acha que a ira da Rússia foi “provocada”, acrescentando que pode ter sido “facilitada” pela abordagem do Ocidente de iniciar a invasão da Ucrânia. Em sua entrevista Corriere Della Sera , o Papa Francisco se ofereceu para visitar Moscou para se encontrar com o presidente russo, Vladimir Putin, para trazer a paz entre as duas nações em guerra.
Francisco acrescentou ainda que está disposto a viajar para Moscou, no entanto, não recebeu nenhuma resposta do Kremlin sobre o mesmo e continua pressionando por isso. Em entrevista ao Corriere Della Sera, o pontífice também observou que não planeja visitar a Ucrânia por enquanto e, em vez disso, enviou dois representantes – o cardeal Konrad Krajewski e o cardeal Michael Czerny, à nação devastada pela guerra para indicar proximidade com os civis de lá. Falando sobre sua conferência de zoom com o Patriarca Ortodoxo de Moscou, Patriarca Kirill em 16 de março, o Papa Francisco disse que Kirill justificou a guerra nos primeiros 20 minutos da conversa. Em resposta, o Papa Francisco disse que eles não são clérigos do Estado e não devem falar a linguagem da política. No entanto, eles devem tentar trazer a paz, assim como disseram a Kirill para não se tornar “o coroinha de Putin”. Ele chamou a guerra de “terrível” e afirmou que a Rússia tomou Donbass, Crimeia, Odesa e os portos do Mar Negro.