Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
O presidente turco Tayyip Erdogan disse nesta sexta-feira (13) que não é possível para a Turquia, membro da Otan, apoiar os planos da Suécia e da Finlândia de aderir ao pacto, dizendo que os países nórdicos são “lar de muitas organizações terroristas”.
Embora a Turquia tenha apoiado oficialmente o alargamento desde que ingressou na OTAN há 70 anos, sua oposição pode representar um problema para a Suécia e a Finlândia, já que os novos membros precisam de um acordo unânime.
O plano da Finlândia de se candidatar à adesão à OTAN, anunciado na quinta-feira, e a expectativa que a Suécia seguirá, trarão a expansão da aliança militar ocidental que o presidente russo, Vladimir Putin, pretendia impedir ao lançar a invasão da Ucrânia.
“Estamos acompanhando os desenvolvimentos em relação à Suécia e Finlândia, mas não temos visões positivas”, disse Erdogan a repórteres em Istambul, acrescentando que foi um erro da Otan aceitar a Grécia como membro no passado.
“Como Turquia, não queremos repetir erros semelhantes. Além disso, os países escandinavos são casas de hóspedes para organizações terroristas”, disse Erdogan sem dar detalhes.
“Eles são até parlamentares em alguns países. Não é possível para nós sermos a favor”, acrescentou.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que os finlandeses seriam “calorosamente recebidos” e prometeu um processo de adesão “suave e rápido”, que também é apoiado por Washington.
Mas a Turquia criticou repetidamente a Suécia e outros países da Europa Ocidental por lidar com organizações consideradas terroristas por Ancara, incluindo os grupos militantes curdos PKK e YPG, e os seguidores do clérigo islâmico Fethullah Gulen, que vive nos EUA.
Ancara diz que os Gulenistas realizaram uma tentativa de golpe em 2016. Gulen e seus apoiadores negam a acusação.
“As elites de segurança nacional turcas veem a Finlândia e a Suécia como semi-hostis, dada a presença do PKK e dos gulenistas. Vai ser preciso torcer os braços para conseguir a aprovação”, disse Aaron Stein, diretor de pesquisa do Foreign Policy Research Institute, no Twitter.
Os ministérios das Relações Exteriores da Suécia e da Finlândia não comentaram imediatamente a declaração de Erdogan.
A OTAN afirma que a adesão está aberta a qualquer “estado europeu em posição de promover os princípios deste Tratado e contribuir para a segurança da área do Atlântico Norte”.
A Finlândia e a Suécia já são os parceiros mais próximos da OTAN, participando de muitas reuniões, regularmente informados sobre a situação na Ucrânia e participando de exercícios militares regulares com aliados da OTAN. Grande parte de seu equipamento militar é interoperável com os aliados da OTAN.
No entanto, eles não podem se beneficiar da cláusula de defesa coletiva da OTAN – que um ataque a um aliado é um ataque a todos – até que se juntem à aliança.
Na quinta-feira, Moscou chamou o anúncio da Finlândia de hostil e ameaçou retaliação, incluindo medidas “técnico-militares” não especificadas.
A Turquia criticou a invasão da Rússia, enviou drones armados para a Ucrânia e procurou facilitar as negociações de paz entre os lados. Mas não apoiou as sanções ocidentais contra Moscou e busca manter estreitos laços comerciais, energéticos e turísticos com a Rússia.
*Com informações de Reuters