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A Rússia ganhou US$ 98 bilhões com as exportações de combustíveis fósseis durante os primeiros 100 dias de sua guerra na Ucrânia , com a União Europeia sendo o principal importador, de acordo com uma nova pesquisa.
O relatório publicado nesta segunda-feira (13) pelo independente Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo (CREA), com sede na Finlândia, veio enquanto as forças russas continuavam fazendo progresso lento, mas constante, em sua campanha para capturar totalmente a região de Donbas, no leste da Ucrânia.
Os Estados Unidos e a UE enviaram armas e dinheiro para ajudar a Ucrânia a conter o avanço russo, além de punir Moscou com sanções econômicas sem precedentes.
Mas Kyiv pediu aos países ocidentais que cortem todo o comércio com Moscou na esperança de cortar sua linha de vida financeira após a invasão de 24 de fevereiro. Antes da guerra, a Rússia fornecia 40% do gás da UE e 27% do petróleo importado.
No início deste mês, o bloco concordou em interromper a maioria das importações de petróleo da Rússia e, ao mesmo tempo, pretende reduzir os embarques de gás em dois terços este ano. Um embargo não está nos planos no momento.
De acordo com o relatório do CREA, a UE recebeu 61% das exportações de combustíveis fósseis da Rússia durante os primeiros 100 dias da guerra, no valor de cerca de US$ 60 bilhões.
No geral, os principais importadores foram China com US$ 13,2 bilhões, Alemanha com US$ 12,7 bilhões, Itália com US$ 8,2 bilhões, Holanda com US$ 8,4 bilhões, Turquia com US$ 7 bilhões, Polônia com US$ 4,6 bilhões, França com US$ 4,5 bilhões e Índia com US$ 3,6 bilhões.
As receitas de combustíveis fósseis da Rússia vêm primeiro da venda de petróleo bruto (US$ 48,2 bilhões), seguida por gás de gasoduto (US$ 25,1 bilhões), derivados de petróleo (US$ 13,6 bilhões), gás natural liquefeito ou GNL (US$ 5,3 bilhões) e carvão (US$ 4,8 bilhões) .
Mesmo com as exportações da Rússia despencando em maio, com países e empresas evitando seus suprimentos por causa da guerra, o aumento global dos preços dos combustíveis fósseis continuou a encher os cofres do Kremlin, com as receitas de exportação atingindo recordes.
Os preços médios de exportação da Rússia foram cerca de 60% mais altos do que no ano passado, segundo o CREA.
Alguns países aumentaram suas compras da Rússia, incluindo China, Índia, Emirados Árabes Unidos e França, acrescentou o relatório.
“A Índia tornou-se um importante importador de petróleo bruto russo, comprando 18% das exportações do país”, disse o CREA, acrescentando que “uma parcela significativa do petróleo bruto é reexportada como derivados de petróleo refinado”, inclusive para os EUA e países europeus.
“Como a UE está considerando sanções mais rígidas contra a Rússia, a França aumentou suas importações para se tornar o maior comprador de GNL do mundo”, disse Lauri Myllyvirta, analista do CREA.
Como a maioria são compras à vista, e não contratos de longo prazo, a França está decidindo conscientemente usar a energia russa após a invasão, acrescentou Myllyvirta.
Ele pediu um embargo aos combustíveis fósseis russos para “alinhar ações com palavras”.