A União Europeia concordou em suspender um acordo de vistos de viagem com Moscou para reduzir o número de cidadãos russos que entram no bloco para férias e compras, parando antes de uma proibição total de vistos de turista exigida por alguns países da Europa Central e Oriental.
Reunidos em Praga, os 27 ministros das Relações Exteriores da UE prometeram suspender o acordo de facilitação de vistos de 2007 com a Rússia , que facilita a obtenção de documentos de viagem.
O alto representante da UE para a política externa, Josep Borrell, disse que houve um “aumento substancial de passagens de fronteira” da Rússia para a UE desde meados de julho, o que ele descreveu como “um risco de segurança para esses estados vizinhos”.
Embora a UE já tenha suspendido o acordo de facilitação de vistos para funcionários e empresários logo após o ataque russo à Ucrânia em fevereiro, os russos comuns podem continuar a vir à UE para férias ou outros motivos.
“Vimos muitos russos viajando a lazer e compras como se nenhuma guerra estivesse acontecendo na Ucrânia”, disse Borrell. “Os estados membros consideraram que não estamos funcionando como de costume. Não pode ser um negócio como de costume.”
O acordo informal firmado nesta quarta-feira (31) ainda precisa ser traduzido para a legislação da UE e não ficou imediatamente claro quando a suspensão entrará em vigor. Borrell disse que se tornaria mais difícil e levaria mais tempo para os russos obterem um visto de um estado membro da UE, e o número de novos documentos de viagem seria reduzido “substancialmente”.
A Comissão Europeia foi encarregada de fornecer orientações sobre o estoque de 12 milhões de vistos existentes para russos. O ministro das Relações Exteriores tcheco, Jan Lipavský, reconheceu que não havia solução rápida. “Há vários caminhos a seguir e não podemos responder de imediato”, disse ele, sem entrar em detalhes.
A política comum significará que os estados membros da UE podem continuar a emitir vistos para os russos, depois que a França e a Alemanha argumentaram contra uma proibição geral.
Dezenas de milhares de russos deixaram seu país de origem após a invasão, embora alguns tenham retornado quando confrontados com a realidade da migração em um momento de sanções bancárias, bem como laços familiares tensos.
Alguns estados do leste da UE disseram que procurariam uma proibição regional de vistos se não houvesse um acordo em toda a UE.