Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
Dois jornalistas haitianos foram mortos enquanto trabalhavam na capital do país no fim de semana, disseram uma associação de jornalistas e agências de notícias, enquanto a violência mortal de gangues continua a se espalhar por Porto Príncipe.
Os dois repórteres foram mortos a tiros e seus corpos queimados no domingo (11), enquanto reportavam sobre a violência no bairro pobre de Cite Soleil, que sofreu com o aumento da atividade de gangues nos últimos meses. Seus corpos não foram recuperados.
As vítimas foram identificadas como os jornalistas Tayson Latigue, que trabalhava para a publicação digital Ti Jenn Jounalis, e Frantzsen Charles, repórter da FS News Haiti.
“Anunciamos com grande pesar a morte de nosso jornalista e repórter Frantzsen Charles e de outro colega. Eles foram mortos por bandidos enquanto reportavam em Cite Soleil. Exigimos justiça para nosso colega”, disse o FS News Haiti em comunicado.
Suas mortes ocorrem em meio à crescente violência no Haiti, onde gangues rivais lutam pelo controle do território dentro e ao redor da capital, à medida que a instabilidade piorou após o assassinato do presidente Jovenel Moise em julho do ano passado.
Os repórteres estavam investigando a violência em Cite Soleil, incluindo o recente assassinato de uma menina de 17 anos, quando foram atacados no domingo, de acordo com um comunicado da Associação de Jornalistas Independentes do Haiti.
“Os jornalistas estavam apenas fazendo seu trabalho”, disse o grupo. “Eles não cometeram nenhum crime.”
Dieudonne St-Cyr, repórter da associação, disse à estação de rádio Metropole Haiti que sete jornalistas foram emboscados por duas gangues em guerra. Cinco dos repórteres conseguiram escapar ilesos.
A associação pediu ao governo do Haiti que lide com a crescente instabilidade, chamando os assassinatos de “mais uma prova da incapacidade do Estado de proteger vidas e propriedades, o que nada mais é do que uma violação dos direitos humanos”.
Também descreveu os assassinatos como um “ato vil e odioso”.
O primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, disse estar “profundamente chocado” com o ataque mortal aos repórteres. “Condenamos veementemente este ato bárbaro, enquanto enviamos nossos sinceros pensamentos às famílias das vítimas e seus colegas”, escreveu ele no Twitter na noite de segunda-feira.
[1/2]
Nous sommes profondément choqués par la nouvelle de l’assassinat de deux jeunes journalistes :Tayson Latigue et Frantzsen Charles, hier dimanche, à Cité-Soleil, dans l’exercice de leur profession. — Dr Ariel Henry (@DrArielHenry) September 13, 2022