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Pelo menos dez pessoas foram mortas e quatro estão desaparecidas após inundações repentinas atingirem a região de Marche, no centro da Itália, durante a noite, criando o que um prefeito local descreveu como uma “situação apocalíptica”.
Tempestades violentas sacudiram Marche e as áreas vizinhas na noite de quinta e sexta-feira (16), provocando inundações repentinas que arrancaram árvores, destruíram casas e varreram veículos.
Autoridades de resgate disseram que na sexta-feira, que as inundações mataram pelo menos dez pessoas e pelo menos outras quatro ainda estavam desaparecidas, incluindo um menino de oito anos.
De acordo com Carlo Manfredi, prefeito da cidade de Castelleone di Suasa, uma das áreas mais atingidas pelas enchentes, o menino se perdeu depois que ele e sua mãe escaparam de seu carro da enchente que se aproximava. Manfredi disse que a mãe sobreviveu, mas o menino foi arrancado de seus braços.
Também desaparecidas na noite de sexta-feira estavam uma menina de 17 anos e sua mãe, de 56 anos. As autoridades não divulgaram informações sobre a quarta pessoa desaparecida.
De acordo com relatos nas redes sociais, dezenas de outras pessoas conseguiram escapar das inundações subindo em telhados ou árvores.
De acordo com as notícias, pelo menos seis meses de chuva caíram em algumas áreas em poucas horas.
Graves danos materiais foram relatados em Marche e na região vizinha da Toscana, com fortes chuvas também relatadas na Úmbria, Abruzzo, Molise e Lazio, no centro da Itália, e em Friuli Venezia Giulia, Lombardia e Liguria, no norte da Itália.
O presidente da Itália, Sergio Mattarella, e o primeiro-ministro, Mario Draghi, emitiram declarações de solidariedade aos moradores das áreas mais atingidas.
Draghi disse na sexta-feira que a região receberá o apoio financeiro necessário para reparar os danos e estabelecer moradias temporárias para os desabrigados pela tragédia.
Até agora este ano, o clima na Itália tem sido o mais extremo já registrado. O verão foi excepcionalmente quente e seco, com os níveis de água dos rios do país caindo para mínimos históricos, reduzindo a produção agrícola em um terço ou mais.
O Instituto de Ciências Atmosféricas e Clima do Conselho Nacional de Pesquisa da Itália disse em agosto que 2022 deve ser o ano mais quente desde que os registros começaram em 1800.
Em julho, uma enorme geleira nas Montanhas Dolomitas, no norte da Itália, desabou, matando 11 pessoas e ferindo gravemente outras oito. No mês passado, tempestades violentas devastaram partes do norte da Itália, causando inundações e deslizamentos de terra causando danos materiais em grande escala.
Um relatório recente publicado pela Coldiretti, a maior organização representativa de agricultores italianos, citou dados do European Severe Weather Database (ESWD), segundo o qual a última rodada de tempestades na Itália elevou o número de eventos climáticos extremos na Itália neste verão para 1.642 — cinco vezes o número médio de uma década atrás.