O comércio global perderá força no ano que vem em meio a taxas de juros crescentes, oferta de energia cada vez menor e preços altos, de acordo com a Organização Mundial do Comércio (OMC).
A OMC estima que o comércio global de mercadorias crescerá 1 por cento no próximo ano, uma queda acentuada em relação à previsão de 3,4 por cento nesta primavera. A organização disse que o comércio vai aumentar 3,5 por cento este ano, ligeiramente acima da estimativa anterior de 3 por cento, mas observou que a mudança foi explicada principalmente por revisões estatísticas.
A previsão é outro indicador de que a economia global está desacelerando. As Nações Unidas alertaram esta semana que o aperto da política monetária dos EUA representa uma ameaça para os países mais pobres e pode levar o mundo a uma recessão global.
O diretor-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala , disse a repórteres na quarta-feira que o comércio global pode diminuir no próximo ano se a invasão da Ucrânia pela Rússia aumentar. Ela também criticou os esforços das nações para limitar as exportações de alimentos, fertilizantes e combustível.
“Embora as restrições comerciais possam ser uma resposta tentadora às vulnerabilidades de oferta que foram expostas pelos choques dos últimos dois anos, uma redução das cadeias de suprimentos globais apenas aprofundaria as pressões inflacionárias, levando a um crescimento econômico mais lento e padrões de vida reduzidos ao longo do tempo. ” Okonjo-Iweala disse em um comunicado.
A aliança Opep+, que inclui Arábia Saudita e Rússia, concordou nesta quarta-feira (5) em cortar a produção global de petróleo em 2 milhões de barris por dia, uma medida que vai apertar ainda mais a oferta e aumentar os preços.
A Rússia limitou as exportações de fertilizantes em resposta às sanções ocidentais, e sua invasão reduziu as exportações de trigo da Ucrânia, ações que levaram à diminuição da oferta global de alimentos.