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Várias cidades chinesas estão abolindo algumas medidas de prevenção contra a covid-19, sinalizando o fim gradual da estratégia “zero casos”, que manteve o país isolado durante quase três anos e afetou a economia
A suspensão das restrições é feita de forma informal, já que o Comitê Permanente do Politburo, a cúpula do poder na China, não fez qualquer anúncio. A vice-primeira-ministra chinesa, Sun Chunlan, encarregada da estratégia “zero covid”, afirmou apenas, na semana passada, que a baixa gravidade do vírus e a alta taxa de vacinação entre a população “criaram condições” para o país “ajustar as medidas contra a pandemia”, já que se encontra agora “em nova situação”.
Em Pequim, duas pessoas que testaram positivo para a covid-19 disseramque o resultado do teste PCR não foi atualizado no código de saúde, a aplicação utilizada na China para acesso a locais públicos ou residenciais. Os dois moradores apuraram que estavam infectados depois de realizar testes rápidos em casa, após sintomas de infecção pelo novo coronavírus.
Até há uma semana, quem testava positivo para a covid-19 era levado para isolamento num centro de quarentena: instalações improvisadas, com as camas distribuídas num espaço comum, sem chuveiros, e com uma casa de banho para centenas ou até milhares de pessoas. Os contatos diretos eram isolados em espaços individuais: hotéis ou contentores.
Qualquer condomínio onde fossem diagnosticados casos era colocado sob bloqueio durante pelo menos uma semana.
Shenzhen e Xangai, duas das principais cidades do país, deixaram também, a partir de hoje (5), de exigir que os passageiros apresentem resultados de testes PCR para entrar em transportes públicos.
Vários centros comerciais e edifícios de escritórios, no entanto, continuam a exigir apresentação de resultado negativo num teste para o coronavírus feito nas 48 horas anteriores. Dezenas de cidades do país continuam também sob bloqueios rigorosos.
Cidades na província costeira de Zhejiang (leste), como Ningbo ou Hangzou, anunciaram que o teste de PCR com resultado negativo não é mais obrigatório para acesso a transportes e entrar em locais públicos, a partir desta segunda-feira.
As autoridades de Ningbo declararam que não vai ser mais necessário digitalizar o código QR, uma versão bidimensional do código de barras, colocado na entrada de todos os edifícios, assim como nos transportes públicos ou táxis, uma prática comum no país asiático há quase dois anos para rastrear casos suspeitos e contatos próximos.
Em reunião com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, na quinta-feira passada (1º), o presidente chinês, Xi Jinping, reconheceu que ocorreram protestos em várias cidades do país, no fim de dezembro, contra as medidas de prevenção epidêmica, segundo autoridades presentes no encontro, citadas pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post.
Xi Jinping atribuiu os protestos à “frustração” de estudantes, após três anos de medidas altamente restritivas.
O líder chinês reconheceu que a Ômicron é menos letal do que as variantes anteriores da covid-19, mas que está preocupado com as baixas taxas de vacinação entre os idosos.
Pequim tenta reiniciar a campanha de vacinação. Apenas cerca de 40% das pessoas com 80 anos ou mais receberam as três doses necessárias para as vacinas chinesas Sinopharm e Sinovac atingirem altos níveis de proteção contra a Ômicron.
*Com informações de Agência RTP