Nesta quinta-feira (12), o procurador-geral Merrick Garland nomeou Robert Hur como conselheiro especial para investigar a descoberta de documentos confidenciais que foram encontrados em endereços ligados ao presidente Joe Biden do tempo que ele era vice do governo de Barack Obama (2009-2017).
Garland fez o anúncio depois que um segundo lote de documentos confidenciais foi encontrado na garagem da residência de Biden em Wilmington, Del., e também indicou que, nesta manhã, os advogados de Biden informaram o departamento de um documento adicional localizado dentro da casa.
“As circunstâncias extraordinárias aqui exigem a nomeação de um advogado especial para este assunto”, disse Garland.
“Esta nomeação ressalta para o público o compromisso do departamento com a independência e a responsabilidade em assuntos particularmente delicados.”
Hur, nomeado por Trump que atuou como procurador dos EUA em Maryland, retornará ao departamento para conduzir a investigação sobre “a possível remoção e retenção não autorizadas de documentos confidenciais”, disse Garland.
O assunto surge quando o Departamento de Justiça nomeou um advogado especial para supervisionar a investigação sobre o manuseio incorreto de registros do ex-presidente Trump, depois que cerca de 300 registros com marcas classificadas foram descobertos em sua residência em Mar-a-Lago.
Garland deu visibilidade a um caso que está em andamento desde novembro, embora o público só tenha conhecimento do assunto desde segunda-feira , após reportagem da CBS News .
Os documentos foram descobertos pela primeira vez no início de novembro em um escritório usado por Biden após o governo Obama, com os advogados de Biden notificando o Arquivo Nacional e o Departamento de Justiça sobre o assunto em 4 de novembro.
Uma avaliação do FBI começou em 9 de novembro, enquanto Garland encaminhou o assunto ao procurador americano John Lausch, também indicado por Trump, em 14 de novembro, que revisou o caso e recomendou a nomeação de um advogado especial.
Em 20 de dezembro, os advogados de Biden informaram a Lausch que mais documentos foram descobertos na garagem da casa de Biden em Delaware, enquanto um documento adicional dentro da casa foi identificado na manhã de terça-feira.
A equipe de Biden alertou os Arquivos Nacionais e o Departamento de Justiça sobre o assunto logo após sua descoberta, diferindo da interação de Trump com as autoridades, que solicitaram os documentos várias vezes, inclusive por meio de uma intimação e, eventualmente, um mandado de busca em sua casa.
“Como disse o presidente, ele leva a sério informações e materiais classificados e, como dissemos, cooperamos desde o momento em que informamos ao Arquivo que um pequeno número de documentos foi encontrado e continuaremos a cooperar. Cooperamos estreitamente com o Departamento de Justiça ao longo de sua revisão e continuaremos essa cooperação com o procurador especial”, disse Richard Sauber, conselheiro especial do presidente, em comunicado.
“Estamos confiantes de que uma revisão completa mostrará que esses documentos foram extraviados inadvertidamente, e o presidente e seus advogados agiram prontamente ao descobrir esse erro.”
Os registros presidenciais são obrigados por lei a serem mantidos pelos Arquivos Nacionais, enquanto outras leis cobrem o manuseio incorreto de registros classificados, proibindo-os de serem retidos ou removidos para locais inapropriados.