Os governos do Irã e da Síria condenaram os Estados Unidos por ataques em solo sírio que supostamente mataram 19 pessoas, que Washington disse ter realizado após um ataque de drones às forças americanas.
Tanto o ministério das Relações Exteriores do Irã quanto o da Síria criticaram no sábado os ataques aéreos dos EUA que visaram a região estratégica de Deir ez-Zor, na fronteira com o Iraque.
Em um comunicado, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanani, disse que os ataques “terroristas” dos EUA atingiram alvos civis e constituíram uma violação do direito internacional e da soberania síria.
“Os EUA afirmam que estão presentes na Síria para combater o Daesh [ISIL] que teve um papel importante na criação, é apenas uma desculpa para continuar sua ocupação e saquear a riqueza nacional da Síria, incluindo seus recursos energéticos e trigo”, disse ele.
Kanani também disse que o Irã só tem conselheiros militares na Síria a pedido de seu governo, rejeitando as alegações dos EUA e de Israel de que o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) tem uma presença militar considerável na Síria.
O Ministério das Relações Exteriores da Síria criticou os ataques “brutais” que, segundo ele, mataram várias pessoas e representaram uma violação de sua integridade territorial. Acrescentou que os ataques foram uma continuação dos ataques israelenses e prometeu “acabar com a ocupação americana”.
Os EUA disseram que seus ataques contra o que alegaram serem instalações afiliadas ao IRGC vieram como resposta a um ataque de drone no início da semana que matou um empreiteiro americano na Síria. Um monitor de guerra disse que 19 pessoas foram mortas nos ataques dos EUA.
Após os ataques, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que os EUA “não buscam conflito com o Irã, mas estão preparados para agir com força para proteger nosso povo”.
Mais cedo no sábado, Keyvan Khosravi, porta-voz do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, ameaçou uma resposta iraniana se suas posições fossem atacadas.
“Qualquer desculpa para atacar bases que foram estabelecidas em solo sírio a pedido do governo sírio para combater o terrorismo e agentes do Daesh receberá uma resposta recíproca sem hesitação”, disse ele, segundo a mídia estatal.
As forças pró-iranianas na Síria também alertaram sobre uma nova resposta em meio a ataques de mísseis e drones na mesma semana.
O último confronto com os EUA ocorre quando Teerã trabalha para restabelecer laços diplomáticos formais com a rival regional Arábia Saudita e potencialmente outros estados árabes.
A Síria supostamente restaurará suas relações com o reino depois que Teerã e Riad revisarem um acordo alcançado no início deste mês com a mediação chinesa.