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O presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou na manhã desta sexta-feira (21), que não vai concorrer à reeleição. Fernández tomou a decisão mais importante de um momento para o outro, ontem, e o anúncio surpreendeu a maioria da liderança peronista.
Coalizão governista, a Frente de Todos, ainda não definiu seus pré-candidatos presidenciais, e agora, após o anúncio do atual presidente, a grande dúvida é se Cristina Kirchner será candidata.
Disputas internas na coalizão governista estouraram e há meses os aliados da vice-presidente Cristina Fernández de Kirchner pedem a Fernández que não busque a reeleição para que possam traçar melhor uma estratégia eleitoral antes das primárias de agosto.
Decisão foi anunciada quase um mês após Macri afirmar que também não seria candidato.
“No dia 10 de dezembro entregarei a faixa presidencial a quem for eleito nas urnas pelo voto popular”, disse ele em vídeo postado no Twitter. “Vou trabalhar muito para que o próximo presidente seja um parceiro do nosso setor político”, complementou.
O discurso começa com uma alusão direta, mas breve, ao interior do Governo, e prossegue recordando o primeiro papel de peso nacional de Alberto Fernández, como chefe de gabinete de Néstor Kirchner em 2003. «Estamos em vésperas de festejar 20 anos de sua assunção”, lembrou.
Suas palavras seguem as pautas discursivas da maior parte de seus discursos: retoma as críticas à herança de Mauricio Macri, embora sem fazer menção direta ao fundador do Pro e ex-presidente, e passa em revista os acontecimentos externos que afetaram sua gestão. “Quando tive que assumir o comando do país, estávamos em uma situação extrema. Recebemos um país endividado”, desculpa-se. E menciona a pandemia, a guerra na Ucrânia e a seca atual.
Mi decisión 🇦🇷 pic.twitter.com/EEQBJaxDUz
— Alberto Fernández (@alferdez) April 21, 2023
Fernandez sofreu uma queda nos índices de opinião, já que a Argentina está estagnada há anos, com mais de 50% das crianças vivendo na pobreza e uma taxa de inflação anual galopante de mais de 100% .
Cerca de sete em cada dez argentinos veem Fernández de forma negativa, de acordo com uma pesquisa de março da Giacobbe & Asociados, uma consultoria local.
Apenas 10 % têm uma imagem positiva do presidente, segundo a pesquisa.
A decisão de Fernandez de não tentar a reeleição ocorre no final de uma semana em que a moeda local sofreu uma forte desvalorização nos mercados financeiros e os preços dos títulos soberanos despencaram.