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O chefe dos mercenários russos, Yevgeny Prigozhin, apareceu em um vídeo nesta quarta-feira dando as boas-vindas à Bielorrússia para seus combatentes do Grupo Wagner. Ele disse que eles não participarão da guerra na Ucrânia por enquanto, mas que estão treinando o exército bielorrusso e se preparando para uma “nova missão na África”.
Prigozhin disse que os mercenários do Grupo Wagner “combateram com honra” na Ucrânia, mas que “o que está acontecendo no front é uma desgraça com a qual não precisamos nos envolver”. Ele acrescentou que eles “talvez” voltem à guerra na Ucrânia em algum momento, mas que só o farão quando tiverem certeza de que não serão forçados a se envergonhar.
Prigozhin disse que planeja permanecer na Bielorrússia por um tempo, durante o qual treinará com o exército nacional. Ele disse que “e, se necessário, lutaremos ao lado deles”.
Um homem que soava como Dmitry Utkin, que ajudou a fundar o Grupo Wagner, dirigiu-se então aos homens. Ele disse que “isso não é o fim. Isso é apenas o começo da maior obra do mundo, que acontecerá em breve”. Ele disse “E bem-vindos ao inferno!”
Segundo estimativas do portal de oposição bielorrusso MotolkoPomogui, entre 2.000 e 2.500 mercenários do Grupo Wagner chegaram à Bielorrússia de maneira organizada desde o dia 11 passado. Segundo MotolkoPomogui, os wagneritas chegaram em cerca de 400 veículos. Apenas no dia 18, o portal relatou a chegada de duas colunas, totalizando entre 170 e 185 veículos de diferentes tipos.
O grupo de investigação bielorrusso Gayun, que monitora a atividade militar no território bielorrusso, informou que o avião particular de Prigozhin deixou a Bielorrússia nesta quarta-feira. Segundo a equipe de investigação, a aeronave permaneceu pouco mais de 13 horas na Bielorrússia em sua quarta visita ao país desde 27 de junho passado.
A rebelião armada do Grupo Wagner foi interrompida quando os insurgentes avançavam em direção a Moscou, graças a um acordo entre Prigozhin e o Kremlin, alcançado com a mediação do presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko.
Segundo o acordo, o presidente russo, Vladimir Putin, deu três opções aos mercenários: retornar para suas casas, ir para a Bielorrússia ou assinar um contrato com o Ministério da Defesa ou outras agências de segurança do país para se subordinarem ao ministro da Defesa, Sergei Shoigu, e ao chefe do Estado-Maior General, Valery Gerasimov.
Isso significava, na prática, o desmantelamento do Grupo Wagner, pelo menos na Ucrânia, como era conhecido desde sua criação em 2014, após o início do conflito no Donbass, no leste da Ucrânia. Como parte do acordo, o Kremlin prometeu aos mercenários e ao seu líder que não seriam perseguidos penalmente.
O Grupo Wagner já transferiu para o Ministério da Defesa da Rússia mais de 2.000 equipamentos militares e armas, incluindo tanques e sistemas de lançamento múltiplo de foguetes.