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Nesta quarta-feira (19), o presidente russo Vladimir Putin declarou que Moscou “considerará” retornar ao acordo de grãos com a Ucrânia, caso suas exigências sejam “plenamente” atendidas, argumentando que o acordo havia “perdido todo o sentido”.
Essa foi a primeira vez que o líder russo se manifestou desde que Moscou saiu do acordo histórico nesta semana, que permitia a livre passagem de navios de carga nos portos do Mar Negro.
“O acordo de grãos, em sua forma atual, perdeu completamente o sentido”, afirmou Putin durante uma reunião governamental. “Naturalmente, consideraremos a possibilidade de retornar ao acordo, mas somente sob uma condição: se todos os princípios acordados pela Rússia para participar do tratado forem plenamente considerados e cumpridos”.
Entre as principais condições, ele mencionou o “fim das sanções relacionadas ao fornecimento de grãos e fertilizantes russos aos mercados mundiais”.
Durante meses, Moscou havia reclamado que um acordo relacionado, que permitia a exportação de alimentos e fertilizantes russos, não estava sendo honrado.
Putin enfatizou que a Rússia havia demonstrado “grande equilíbrio e tolerância” ao estender o acordo várias vezes. No entanto, ele acusou os países ocidentais de utilizar o acordo para “chantagem política”.
“Ao invés de ajudar os países realmente necessitados, o Ocidente utilizou o acordo de grãos para chantagem política e transformou-o em uma ferramenta para enriquecer corporações transnacionais e especuladores no mercado global de grãos”, declarou.
“Não nos opomos ao acordo em si, especialmente pela sua importância para o mercado global de alimentos, para muitos países ao redor do mundo. Certamente consideraremos a possibilidade de voltar a ele”, disse o líder russo.
As declarações de Putin surgiram logo após o exército russo afirmar que navios de carga que se dirigiam aos portos ucranianos no Mar Negro seriam considerados como possíveis transportadores de cargas militares.
O acordo de grãos, intermediado pela ONU e pela Turquia, possibilitou a exportação de mais de 32 milhões de toneladas de grãos ucranianos no último ano.