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Os Estados Unidos aprovaram um empréstimo de US$ 2 bilhões para a Polônia para modernizar suas Forças Armadas, anunciou nesta segunda-feira o Departamento de Estado.
A Polônia, principal aliada da Ucrânia contra a Rússia, desempenha um papel fundamental no esforço da OTAN para fortalecer seu flanco oriental e dissuadir possíveis ataques russos.
Em comunicado, o Departamento de Estado explicou que decidiu aprovar o empréstimo em reconhecimento de que a Polônia “demonstrou seu compromisso inabalável no fortalecimento da segurança regional por meio de seus sólidos investimentos em despesas de defesa”.
A Polônia, membro da OTAN desde 1999, planeja destinar 3,9% de seu produto interno bruto (PIB) à defesa este ano, quase o dobro da meta da Aliança de 2%.
Além disso, mais de 10 mil militares dos EUA estão destacados na Polônia como parte de uma operação da OTAN.
O anúncio dos EUA ocorre em meio a uma tensão entre a Polônia e a Ucrânia devido ao veto polonês à importação de produtos agrícolas ucranianos.
Da mesma forma, na semana passada, o primeiro-ministro polonês Mateusz Morawiecki anunciou a suspensão das exportações de armas para a Ucrânia para fortalecer o arsenal de seu próprio país.
O presidente da Polônia, Andrzej Duda, ressaltou que o apoio militar de seu país à Ucrânia não inclui sistemas ou equipamentos de armas recém-adquiridos, uma vez que estes vão para a modernização das Forças Armadas Polonesas.
“Não gastamos bilhões para distribuí-los repentinamente”, explicou ele.
“O envio de qualquer equipamento novo que estejamos adquirindo atualmente, como obuses K2 ou tanques K9, está fora de questão. Esse equipamento deve servir para fortalecer o exército polonês. Não estamos gastando milhares de milhões para dá-los de repente”, justificou em entrevista ao jornal polonês Super Express.
“Quando equipamentos antigos são substituídos por equipamentos modernos, não tenho problema em enviá-los aos ucranianos”, disse Duda, que criticou as críticas vindas de alguns setores sobre esta decisão.
“Lembremos de quem se beneficiará mais se a Polônia e a Ucrânia se separarem”, alertou.
Duda também lamentou as críticas do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na semana passada no debate da Assembleia Geral das Nações Unidas, com as quais repreendeu seus parceiros pelas medidas unilaterais que impuseram para proibir a importação de grãos ucranianos.
“Na Polônia, muitas pessoas se sentiram ofendidas. Os poloneses, tanto autoridades públicas quanto cidadãos comuns, sacrificaram muito para ajudar a Ucrânia. Muitos até arriscaram a vida”, assegurou.
“Tento atribuir isso às emoções. Não esqueçamos que Zelensky está sob enorme pressão. Envia pessoas para a frente, muitas vezes para a morte. Lá morrem pessoas todos os dias”, acrescentou o presidente polonês.
Por outro lado, a porta-voz da Guarda de Fronteira Polaca, Anna Muchalska, garantiu que a Polônia poderia ter cerca de 80 mil homens ucranianos entre 18 e 60 anos que poderiam ser repatriados para seu país a pedido de Kiev com o objetivo de serem inscritos no Exército.
Michalska explicou que, desde o início da guerra, em fevereiro do ano passado, 2,88 milhões de homens ucranianos com idades entre 18 e 60 anos entraram e 2,8 milhões saíram, pelo que se acredita que cerca de 80 mil pessoas deste grupo permaneçam na Polônia.
No entanto, grande parte deles retornou ao território ucraniano, segundo informações do jornal ‘Rzeczpospolita’.
“É um número significativo para a Ucrânia porque essas pessoas podem ser mobilizadas e reforçar as tropas na frente”, alertou o porta-voz do presidente ucraniano do Comitê de Segurança Nacional, Defesa e Inteligência da Verkhovna Rada da Ucrânia, Fyodor Venislavski.