A Casa Branca divulgou informações de inteligência recentemente desclassificadas que sugerem que o Grupo Wagner está se preparando para fornecer defesa aérea para milícia xiita libanês Hezbollah ou ao Irã.
O porta-voz do Conselho de Segurança da Casa Branca, John Kirby, explicou que os mercenários russos entregariam a defesa “ou ao Hezbollah ou ao Irã” sob a direção do governo russo, segundo a emissora americana CNN.
“Vamos monitorar de perto se a Wagner fornece equipamento militar ao Hezbollah ou ao Irã. Estamos preparados para usar nossas ferramentas de sanções antiterroristas contra indivíduos ou entidades russas que realizarem essas transferências desestabilizadoras”, declarou.
A Inteligência dos EUA avaliou que o Irã tem calibrado sua resposta à intervenção militar de Israel em Gaza para evitar um conflito direto com Israel ou os Estados Unidos, ao mesmo tempo que continua a impor custos aos seus adversários através de grupos armados relacionados, apesar de Washington considerar que Teerã não tem controle “perfeito” desses grupos.
O Exército israelense atacou nesta segunda-feira alvos do grupo xiita libanês Hezbollah em resposta ao lançamento de múltiplos projéteis provenientes do Líbano, em um novo dia de trocas de tiros na zona fronteiriça.
A assessoria de imprensa militar israelense informou que suas tropas usaram “tanques, um avião de combate e um helicóptero” para atacar “infraestrutura terrorista do Hezbollah no Líbano” em resposta ao lançamento de projéteis contra várias comunidades fronteiriças e que causaram um incêndio em uma base militar.
O Exército também anunciou que registrou uma tentativa de ataque a partir do Líbano com três drones e outros 25 disparos de projéteis, alguns dos quais foram interceptados por seus sistemas de defesa aérea enquanto outros atingiram áreas despovoadas.
Por outro lado, as tropas israelenses atacaram “uma célula terrorista que tentava lançar mísseis antitanque”, segundo um comunicado militar.
Esses ataques marcam um novo dia de violência na zona fronteiriça, onde confrontos armados entre Israel e as milícias palestinas no Líbano e no Hezbollah têm ocorrido diariamente desde 8 de outubro, um dia após o início da guerra entre o Exército israelense e o Hamas em Gaza, o que levou a uma escalada de tensão em toda a região.
Segundo números divulgados ontem pelo ministro da Defesa israelense, Yoav Galant, o Hezbollah lançou mais de 1.000 projéteis contra Israel desde a atual escalada de tensão na fronteira, que é a mais grave desde a guerra de 2006 entre o Exército israelense e o grupo xiita.
Desde o início das hostilidades na região, foram registradas pelo menos 103 mortes: 10 em Israel – 7 soldados e 3 civis – e pelo menos 93 no Líbano, incluindo 72 membros do Hezbollah, 8 membros de milícias palestinas e 13 civis. – entre eles um cinegrafista da agência Reuters e três crianças.
Essas trocas de tiros também provocaram a evacuação de dezenas de milhares de residentes de cidades de ambos os lados da fronteira.
O Hezbollah libanês confirmou nesta segunda-feira que lançou uma série de ataques com drones, mísseis e granadas de artilharia contra o exército israelense no norte de Israel, na fronteira com o Líbano.