O Exército israelense avança de forma constante sobre o centro da Faixa de Gaza, seu novo objetivo, ao mesmo tempo que mantém suas operações no sul e no norte, onde também realiza tarefas de limpeza das infraestruturas do Hamas. Nos últimos dias, graças às suas vitórias no centro do enclave palestino, as Forças de Defesa de Israel (FDI) conseguiram encontrar importantes redutos inimigos e garantir que em breve os desmantelarão completamente.
“Os batalhões nos campos centrais estão atualmente enfrentando a força das FDI. Eles deixarão de funcionar como outros batalhões pararam de funcionar”, prometeu o comandante da 36ª Divisão que trabalha na área, brigadeiro-general Dado Bar Kalifa.
Um desses grupos que o Exército procura eliminar é o al-Bureij, formado por cerca de 1.000 combatentes, que atua no centro da Faixa. No entanto, é apenas um dos quatro batalhões do Hamas ali presentes. Os três restantes são Deir al Balah, Maghazi e Nuseirat, e já sofreram danos em ataques israelitas passados, incluindo um que matou o comandante da brigada destes campos centrais, Ayman Nofel.
Em qualquer caso, estas ofensivas não impediram que continuassem a funcionar em grande medida, razão pela qual as FDI concentram seus esforços em anulá-las definitivamente e poder obter o controle total da região.
Assim, nas primeiras horas de operações terrestres em al-Bureij, as tropas da Brigada Bislamach conseguiram localizar um poço que conduzia a um túnel com entrada para a extensa rede de passagens subterrâneas que os terroristas utilizam para se deslocarem sem serem detectados. Um campo de treinamento também foi identificado.
Esta notícia surge após intensos combates no norte e no sul da Faixa, onde o Exército lutou em condições difíceis para neutralizar terroristas e eliminar ameaças.
“Os combates em Shejaiya foram difíceis e complexos e, durante eles, alcançamos conquistas importantes. Shejaiya não será mais um centro de terror para o Hamas”, comemorou Bar Kalifa sobre este bairro – um dos redutos do Hamas – onde foi travada uma das maiores batalhas das últimas semanas de guerra.
Até mesmo a Brigada Golani, uma unidade de infantaria de elite, identificou, cercou e invadiu as casas de vários líderes seniores da milícia pró-iraniana, onde foi encontrado material chave de inteligência.
Apesar destes avanços, o Ministro da Defesa, Yoav Gallant, reconheceu que a situação ainda é complexa e está longe de terminar.
“Estamos a ser atacados a partir de sete cenários diferentes: Gaza, Líbano, Síria, Cisjordânia, Iraque, Iémen e Irão”, declarou o responsável e especificou que o Exército “já respondeu e agiu em seis destas áreas”. “Vou dizer o mais claramente possível: qualquer pessoa que atue contra nós é um alvo potencial, sem imunidade para ninguém”, acrescentou num alerta ao Hamas e aos seus aliados na região.
Por sua vez, o chefe das FDI, Herzi Halevi, disse que a guerra “continuará por muitos mais meses” e “trabalharemos com métodos diferentes para que as nossas conquistas sejam mantidas por muito tempo”.