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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rejeitou neste domingo (21) “de plano” as condições impostas pelo grupo terrorista Hamas para a libertação dos reféns que ainda estão na Faixa de Gaza. As condições incluem o fim das hostilidades e a retirada total das tropas israelenses do enclave palestino.
“Rejeito de plano as condições de rendição dos monstros do Hamas”, afirmou Netanyahu em um vídeo divulgado por sua assessoria.
Segundo Netanyahu, em troca da libertação de todos os reféns, o Hamas exige “o fim da guerra, a retirada de nossas forças de Gaza, a libertação de todos os assassinos e violadores da Nuhkba (força de elite do ala militar do Hamas) e deixar o Hamas intacto”.
“Se aceitarmos isso, nossos soldados morreram em vão e não poderemos garantir a segurança de nossos cidadãos”, afirmou o primeiro-ministro, cada vez mais pressionado pela opinião pública, em especial das famílias dos reféns, para que negocie a qualquer preço a libertação de todos os cativos.
Netanyahu garantiu que a “pressão militar é a única solução” para devolver os centenas de milhares de evacuados das comunidades próximas a Gaza “saudáveis e salvos para suas casas” e para que não se repita “outro 7 de outubro”, em referência ao brutal ataque do Hamas naquele dia em território israelense, que deixou mais de 1.200 mortos e 240 sequestrados.
“Não estou disposto a suportar um dano tão fatal à segurança de Israel, por isso não o aceitaremos. As condições impostas pelo Hamas ilustram uma verdade simples: não há substituto para a vitória”, afirmou.
Neste domingo, os terroristas do Hamas divulgaram um documento de 16 páginas em que, entre outras coisas, exigem “o cessar imediato da agressão israelense”.
Proposta de EUA, Qatar e Egito
O jornal americano The Wall Street Journal publicou neste domingo, com exclusividade, que Qatar e Egito apresentaram a Israel e ao Hamas uma proposta de cessar-fogo em três fases, que duraria cerca de 90 dias, para pôr fim definitivo ao conflito. A informação foi confirmada por fontes de segurança de várias partes envolvidas.
O plano de 90 dias propõe um cessar-fogo duradouro durante o qual o Hamas liberaria todos os reféns civis, enquanto Israel libertaria centenas de presos palestinos, se retiraria das cidades gazatenses, permitiria liberdade de movimento no enclave, cessaria o uso de drones e duplicaria a quantidade de ajuda que permite entrar.
Em uma segunda etapa, o Hamas liberaria as mulheres soldados e os cadáveres de reféns -cerca de 27 corpos frente aos cerca de 110 reféns que ainda estariam vivos dentro da Faixa- e Israel libertaria mais prisioneiros; enquanto que na terceira etapa Israel retiraria suas tropas para a fronteira de Gaza e o grupo terrorista terminaria de liberar todos os reféns soldados e homens em idade de lutar.
Sobre os reféns, Netanyahu afirmou que trabalha “24 horas” para devolvê-los para casa e que esse é um dos principais objetivos da guerra, junto com a eliminação total do Hamas; embora as famílias tenham convocado para esta noite novas protestos em frente à residência do primeiro-ministro.
Uma vez completado esse plano inicial em 90 dias, a proposta de Qatar e Egito contempla um cessar total das hostilidades, a normalização entre Israel e Arábia Saudita, e um processo de paz que leve à criação de um Estado palestino.
“Minha insistência é o que impediu durante anos o estabelecimento de um Estado palestino que teria representado um perigo existencial para Israel. Enquanto for primeiro-ministro, continuarei a defendê-lo firmemente”, afirmou sobre essa possibilidade.
O primeiro-ministro também destacou que, após a guerra, “Gaza deve ser desmilitarizada e sob pleno controle de segurança de Israel”, algo que repetiu em inúmeras ocasiões, mas que não agrada a seus parceiros da comunidade internacional, incluindo os EUA, que apostam na transferência do controle para a Autoridade Nacional Palestina.
“Depois que alcançarmos a vitória completa e eliminarmos o Hamas, não haverá nenhum fator em Gaza que financie o terrorismo”, afirmou Netanyahu, um recado que, segundo disse, repetiu ao presidente americano, Joe Biden, em uma conversa telefônica neste fim de semana.
(Com informações da EFE)