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O grupo terrorista libanês Hezbollah reivindicou neste domingo (18) nove ataques contra posições militares no norte de Israel, em um novo episódio de violência na fronteira no contexto da guerra na Faixa de Gaza.
O movimento xiita, apoiado pelo regime do Irã, declarou em uma série de comunicados que lançou mísseis e “armas apropriadas” contra várias “reuniões de soldados israelenses” próximas à divisa entre o Líbano e Israel, ataques que, segundo o Hezbollah, resultaram em baixas.
Além disso, o grupo também afirmou ter atacado um prédio onde estavam estacionados vários militares israelenses, assim como outras posições nas disputadas Granjas de Chebaa, usando projéteis de alto calibre do tipo ‘Burkan’, capazes de transportar ogivas de até meia tonelada.
Hezbollah e Israel estão envolvidos em um intenso fogo cruzado através da fronteira comum desde o dia 8 de outubro passado, um dia após o início da guerra na Faixa de Gaza pelos ataques terroristas brutais do Hamas. Ambos os países enfrentam o pior surto de violência desde a guerra travada em 2006.
O líder do grupo terrorista, Hassan Nasrallah, reiterou que não cessará os ataques contra Israel até o fim da guerra em Gaza e pediu às autoridades libanesas que não limitem suas condições apenas ao cumprimento da resolução 1701, que encerrou a guerra de 2006 com o Estado judeu.
Segundo as Nações Unidas, a violência dos últimos três meses obrigou quase 90.000 pessoas a deixarem suas casas no sul do Líbano, enquanto outras 60.000 permanecem vivendo em áreas fronteiriças com Israel muito afetadas pelo confronto. O organismo estima também que dezenas de civis tenham perdido a vida até o momento.
Na verdade, o Líbano classificou na sexta-feira os bombardeios israelenses que há alguns dias mataram pelo menos dez civis no sul do país como “crime de guerra”, segundo o governo.
Por sua vez, o ministro israelense da Defesa, Yoav Gallant, anunciou hoje que Israel derrotou a importante brigada de Khan Younis do Hamas após dois meses e meio de combates intensos na cidade do sul da Faixa de Gaza, e que o grupo terrorista busca substituição para Yahya Sinwar, seu líder dentro do enclave.
“A Brigada de Khan Younis do Hamas foi derrotada e já não funciona como entidade militar”, afirmou Gallant após uma avaliação da situação militar com o chefe do Comando Sul das Forças de Defesa de Israel (FDI), o major-general Yaron Finkelman.
Khan Younis, principal cidade do sul da Faixa de Gaza, era um dos principais redutos do Hamas e centro de poder de Sinwar, a quem a liderança do grupo no exterior está buscando substituto, segundo informações do ministro da Defesa israelense.
“Os líderes do Hamas não confiam em seus comandantes no terreno, isso é muito notável”, afirmou o titular da Defesa e membro do gabinete de guerra de Israel.
“A representação do Hamas dentro de Gaza não responde, não há ninguém com quem falar no terreno”, acrescentou o ministro sobre Sinwar, cujo paradeiro é desconhecido há meses.
Israel não conseguiu encontrá-lo em mais de quatro meses de guerra, embora tenha encontrado evidências de que ele se escondeu em túneis subterrâneos em Khan Younis, mas tem estado em constante movimento e agora não se sabe onde está, nem se permanece dentro do enclave.
Após derrotar a poderosa brigada de Khan Younis – liderada pelo próprio irmão de Sinwar, Mohamed Sinwar -, Israel alcança uma importante vitória militar, já que essa cidade se tornara seu principal obstáculo e levou mais de dois meses para controlá-la.
Israel anunciou há duas semanas que havia desmantelado o principal quartel militar do Hamas na cidade, onde encontrou importantes documentos de inteligência e armas, mas sem rastro dos líderes do grupo, como os irmãos Sinwar ou o chefe das brigadas al-Qasam, o braço armado do grupo, Mohamed Deif.
Há quase um mês, mantém sitiados os hospitais da cidade, Al Amal e Nasser, onde invadiu na quinta-feira passada, obrigando a evacuação de mais de 10.000 deslocados e centenas de feridos e doentes.
Gallant indicou que pelo menos “200 suspeitos de terrorismo” se renderam às tropas no Nasser e várias dezenas no Al Amal, o que indica uma “perda do espírito de luta dos homens do Hamas”, já que eles se renderam em vez de lutar diante da falta de liderança interna.
O ministro afirmou que, após a derrota em Khan Younis, ao Hamas restam apenas “forças marginais” nos campos de refugiados do centro do enclave (Maghazi, Bureij ou Nuseirat) e a brigada de Rafah, o último reduto do grupo no extremo sul da Faixa onde Israel prometeu atacar em breve.
“O que se interpõe entre eles e um colapso total como sistema militar é uma decisão de Israel. Não há ninguém que possa vir em seu auxílio, nem os iranianos, nem as agências internacionais”, acrescentou Gallant, que prometeu derrotar os dois batalhões que continuam operando no centro e os quatro de Rafah.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, já adiantou há uma semana que Israel estenderia a ofensiva terrestre a Rafah – onde mais de 1,4 milhão de gazatenses vivem amontoados, a maioria deslocados – já que deixar quatro batalhões ali seria sinônimo de “perder a guerra”.
(Com informações da EFE)