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Mais de 400 pessoas foram detidas em diferentes cidades russas durante protestos pela morte do líder opositor Alexei Navalny, informou neste sábado a OVD-Info, uma organização que zela pelos direitos dos dissidentes detidos.
A maioria das detenções ocorreu em São Petersburgo, cidade natal do presidente russo, Vladimir Putin. As demais detenções ocorreram em Moscou, Níjni Novgorod, Krasnodar e outras cidades da Rússia europeia e da Sibéria, conforme relatado pela OVD-Info em seu site.
Além disso, a polícia coletou os dados pessoais de todos os participantes desses atos, incluindo os repórteres que estavam presentes para cobri-los.
Desde sexta-feira, as forças de segurança e agentes à paisana têm tentado remover todos os memoriais criados por simpatizantes de Navalny, tanto em monumentos às vítimas de repressões políticas quanto em locais improvisados.
Segundo canais locais no Telegram, isso ocorreu em frente ao Kremlin, no mesmo local onde, em 2015, foi assassinado o também líder opositor Boris Nemtsov.
A imprensa local informou que muitas pessoas têm prestado homenagem ao líder opositor, depositando flores ou acendendo velas em locais específicos de suas cidades.
Milhares de russos no exílio foram às ruas protestar contra o que consideram um assassinato encomendado pelo Kremlin e convocaram mais manifestações para o sábado em cidades europeias, americanas e latino-americanas.
Navalny, de 47 anos, morreu de forma repentina na sexta-feira na prisão ártica onde estava detido desde dezembro passado, segundo os serviços penitenciários da Rússia.
A oposição, a mídia independente russa e as chancelarias ocidentais acusaram unanimemente Putin de ordenar o assassinato de Navalny, o principal inimigo do Kremlin nos últimos 15 anos.
Navalny, que cumpria uma pena de quase 30 anos de prisão, foi transferido em dezembro para uma prisão ártica após anunciar uma campanha contra a reeleição de Putin nas eleições presidenciais de março.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, considerou “inaceitáveis” as acusações do Ocidente antes que os resultados da autópsia sejam conhecidos.
Na noite de sexta-feira, em toda a Rússia, grupos de pessoas depositaram flores em memoriais improvisados em monumentos em memória de dissidentes políticos e houve detenções, segundo denúncias nas redes sociais.
Diante dos apelos para manifestações que circularam na internet, a procuradoria de Moscou advertiu na sexta-feira que “organizar ou realizar concentrações não autorizadas, convocá-las e participar delas é uma infração administrativa”.
Os protestos são ilegais na Rússia, onde vigoram leis rigorosas para punir a dissidência, incluindo penas de prisão por criticar o poder. As autoridades têm reprimido com severidade as concentrações em apoio a Navalny.
Navalny sobreviveu a um envenenamento em 2020. Ele estava detido desde 2021 e foi condenado por “extremismo”.
Este advogado, que ganhou notoriedade como ativista contra a corrupção, era a figura mais proeminente de uma oposição reduzida ao mínimo pela repressão que se intensificou após o início da ofensiva russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Sua morte foi anunciada a um mês das eleições na Rússia, que devem consolidar no poder o presidente Vladimir Putin.
(Com informações da EFE e AFP)