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O conselho do Papa Francisco para Zelensky sobre a guerra com a Rússia

File photo of Pope Francis (Vatican Media)

O Papa Francisco incentivou o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, a ter “coragem” para levantar a “bandeira branca” e negociar o fim da guerra com a Rússia.

“É mais forte ver a situação, pensar no povo, ter a coragem da bandeira branca para negociar. Hoje é possível negociar com a ajuda das potências internacionais. Negociar é uma palavra corajosa”, declarou o Sumo Pontífice em uma entrevista gravada no mês passado com a emissora suíça RSI, antes da última oferta do presidente turco Tayyip Erdogan de sediar uma cúpula entre Ucrânia e Rússia para encerrar a guerra.

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“Quando você percebe que está perdido, que as coisas não estão indo bem, você deve ter a coragem de negociar. É constrangedor, mas quantas mortes resultarão disso? Negociar a tempo, procurar alguns países para mediar. Na guerra na Ucrânia, há muitos. A Turquia se ofereceu. E outros. Que não tenham vergonha de negociar antes que piore”, afirmou Francisco na entrevista que será transmitida em 20 de março, mas da qual alguns veículos de imprensa italianos já adiantaram trechos.

O Papa também respondeu a uma pergunta sobre se havia se oferecido para negociar nos conflitos da Ucrânia e da Faixa de Gaza: “Estou aqui, e pronto. Enviei uma carta aos judeus de Israel, para que reflitam sobre essa situação. Negociar nunca é se render. É ter a coragem de não levar o país ao suicídio. Os ucranianos, com a história que têm, coitados, os ucranianos na época de Stalin sofreram muito…”.

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O papa Francisco denunciou que por trás das guerras “está a indústria armamentista” e afirmou: “É um pecado coletivo”.

“Há um mês, o economista me contava como estavam as coisas no Vaticano, sempre deficitário. Você sabe onde estão hoje os investimentos que dão mais lucro? Na fábrica de armas. Lucra-se matando. Mais lucro: a fábrica de armas. Uma guerra terrível”, acrescentou.

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Além disso, lembrou que quando viajou em 2014 para Redipuglia (Itália), chorou diante do monumento em memória da Primeira Guerra Mundial. “Depois me aconteceu o mesmo em Anzio, então todo 2 de novembro eu vou a um cemitério para celebrar. A última vez fui ao cemitério britânico e olhei a idade dos rapazes. Já disse, mas vou repetir: ‘quando se comemorou o desembarque na Normandia, todos os chefes de governo celebraram essa data, mas ninguém disse que naquela praia ficaram até 20.000 rapazes’”, manifestou.

“A guerra é uma loucura, é uma loucura”, concluiu.

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Também foi perguntado como respondem os líderes políticos que recebe no Palácio Apostólico quando pede pela paz: “Há quem diga, é verdade, mas é preciso se defender… E então você percebe que eles têm a fábrica de aviões para bombardear os outros. Não se defender, destruir. Como termina uma guerra? Com morte, destruição, crianças sem pais. Sempre há alguma situação geográfica ou histórica que provoca uma guerra… Pode ser uma guerra que parece apenas por razões práticas. Mas por trás de uma guerra está a indústria armamentista, e isso significa dinheiro”.

O Papa também contou que todos os dias, às sete da tarde, liga para o sacerdote argentino Gabriel Romanelli, pároco da Sagrada Família de Gaza. “Seiscentas pessoas vivem lá e contam o que veem: é uma guerra. E a guerra é feita por dois, não por um. Os irresponsáveis são esses dois que fazem a guerra. Depois não é só a guerra militar, há a ‘guerra de guerrilhas’, digamos, do Hamas, um movimento que não é um exército. É algo ruim”, refletiu Francisco.

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Da mesma forma, instou a não perder a esperança: “Vejamos a história, as guerras que vivemos, todas terminam em acordo”.

(Com informações de EuropaPress)

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