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Papa Francisco diz que foi usado para tentar evitar eleição de Bento XVI

Foto: Reprodução/Youtube/Washington Post

O papa Francisco revelou que foi “usado” para tentar impedir que Joseph Ratzinger, o Papa Bento XVI, fosse eleito Pontífice durante o Conclave de 2005. A declaração de Francisco consta no livro de entrevistas com título original em espanhol “El Sucesor” sobre suas memórias e relação com seu antecessor, escrito pelo jornalista espanhol Javier Martínez-Brocal.

A obra sobre Papa Francisco será publicada no próximo dia 3 de abril, mas o jornal espanhol ABC divulgou a história ontem (31).

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“Naquele conclave eles me usaram. Antes de continuar, direi uma coisa. Os cardeais juram não revelar o que acontece no conclave, mas os Papas têm licença para contar”, explicou Francisco no livro. “Aconteceu que obtive 40 votos dos 115 na Capela Sistina. Foram suficientes para impedir a candidatura do cardeal Joseph Ratzinger, porque, se tivessem continuado a votar em mim, ele não teria conseguido chegar aos dois terços necessários para ser eleito Papa”.

Ao ser questionado se não poderiam ter eleito ele próprio, Francisco disse que “essa não foi a ideia de quem estava por trás dos votos”. “A manobra consistiu em colocar meu nome, bloquear a eleição de Ratzinger e depois negociar um terceiro candidato diferente. Disseram-me mais tarde que não queriam um Papa ‘estrangeiro’”, acrescentou o Papa.

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De acordo com o líder da Igreja Católica, “foi uma manobra e tanto” e “a ideia era bloquear a eleição do cardeal Joseph Ratzinger. Eles me usaram, mas atrás deles já pensavam em propor outro cardeal. Eles ainda não conseguiram superar isso”.

“Nós concordamos sobre quem, mas eles estavam prestes a dizer um nome”, disse Papa Francisco na entrevista que consta no livro.

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Ao ser questionado sobre quando isso aconteceu, o atual Papa explicou: “O conclave começou na segunda-feira, 18 de abril de 2005. A primeira votação ocorreu à tarde. Esta operação ocorreu na segunda ou terceira votação, na terça-feira, 19 de abril de 2005, pela manhã. Quando percebi, à tarde, disse a um cardeal latino-americano, o colombiano Darío Castrillón: ‘Não brinque com a minha candidatura, porque agora eu digo que não aceito, hein? Deixe-me aqui’. E aí Benedito foi eleito”.

Francisco também explicou que Bento XVI era o seu “candidato”: “Ele era o único que podia ser Papa naquela época. Depois da revolução de João Paulo II, que foi um Pontífice dinâmico, muito ativo, empreendedor, viajante. Um Papa que manteve um equilíbrio saudável, foi necessário. Um Papa de transição”.

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No livro, Bergoglio ainda reiterou que ficou muito feliz com a eleição de Ratzinger, como já disse em sua 1ª coletiva de imprensa a bordo de um avião, ao retornar do Rio de Janeiro.

“E é verdade. Se tivessem escolhido alguém como eu, que causa tantos problemas, eu não teria podido fazer nada. Era um homem que acompanhava o novo estilo e não foi fácil para ele, né? Ele encontrou muita resistência no Vaticano”.

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