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Na sexta-feira, 5 de abril, a polícia equatoriana entrou na embaixada do México em Quito, resultando na prisão do ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, que estava refugiado no local desde dezembro. Poucas horas antes, o México havia concedido asilo político a Glas, medida que o Equador considerou contrária às leis, devido à condenação do ex-vice-presidente a seis anos de prisão por corrupção.
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, ordenou a suspensão das relações diplomáticas com o Equador, alegando violação do direito internacional e da soberania mexicana. Segundo a Convenção de Viena, as embaixadas são consideradas territórios invioláveis.
O anúncio do asilo a Glas ocorreu um dia após o Equador declarar a embaixadora mexicana Raquel Serur como ‘persona non grata’ e ordenar sua saída do país. A ação envolveu a entrada de forças com veículos blindados na embaixada do México em Quito, onde houve um confronto com o responsável pela embaixada, Roberto Canseco. Veja AQUI!
Jorge Glas, ex-vice-presidente durante o mandato de Rafael Correa (2007-2017), já cumpriu pena pelo escândalo de propinas da Odebrecht. No entanto, enfrenta outro mandado de prisão por supostamente desviar fundos destinados à reconstrução após um terremoto em 2016. Tanto ele quanto Correa afirmam que se trata de perseguição política.
Correa, ainda popular em seu país, foi condenado a oito anos de prisão por corrupção e está exilado na Bélgica, país de origem de sua esposa.
O México havia anteriormente rejeitado um pedido do Equador para permitir a captura de Glas na embaixada. No dia 5 de abril, López Obrador defendeu veementemente o instituto do asilo no México, destacando que, no passado, havia salvado a vida de muitos latino-americanos perseguidos por ditaduras. Nos últimos anos, o país concedeu asilo ou refúgio a vários ex-colaboradores de Correa.
O Brasil condenou a invasão da Embaixada do México em Quito por policiais equatorianos para prender Jorge Glas, ex-vice-presidente do Equador. Segundo o comunicado, a ação foi considerada um grave precedente.
“O governo brasileiro condena, nos mais firmes termos, a ação empreendida por forças policiais equatorianas na embaixada mexicana em Quito na noite de 5 de abril”, diz um trecho da nota.
“A medida levada a cabo pelo governo equatoriano constitui grave precedente, cabendo ser objeto de enérgico repúdio, qualquer que seja a justificativa para sua realização”, destaca o comunicado.
Lula, em suas redes sociais, manifestou solidariedade ao presidente do México, Andrés Manuel López Obrador. “Toda minha solidariedade ao presidente e amigo Lopez Obrador”, escreveu Lula.