Um assessor militar do líder supremo do Irã, Ali Khamenei, afirmou neste domingo que as embaixadas de Israel “já não são seguras”, sugerindo que Teerã poderia atacar as sedes diplomáticas do Estado judaico como represália pelo ataque contra seu consulado em Damasco.
“Nenhuma das embaixadas do regime sionista (Israel) são mais seguras”, disse Yahya Rahim Safavi, assessor para assuntos militares da máxima autoridade da República Islâmica do Irã, em uma homenagem aos militares mortos no ataque contra o consulado iraniano em Damasco, informou a agência SNN.
“Lidar com esse regime brutal é um direito legal e legítimo” do Irã, assegurou Safavi, que exerceu o cargo de comandante em chefe da Guarda Revolucionária entre 1997 e 2007.
O assessor militar considerou que Israel violou todas as leis internacionais em referência ao ataque contra o consulado iraniano em Damasco, no qual morreram sete membros da Guarda Revolucionária e seis cidadãos sírios, e do qual Teerã culpou Jerusalém.
Entre os mortos no ataque está o principal responsável pela Força Quds na Síria e no Líbano, o general de brigada Mohamed Reza Zahedi, e seu segundo, o general de brigada Mohamed Hadi Haj Rahimi.
Meios de comunicação israelenses apontaram que Israel fechou embaixadas em todo o mundo, o que, segundo Safavi, demonstra o “medo” de Tel Aviv.
Safavi se junta à lista das autoridades iranianas que prometeram vingança pelo ataque de segunda-feira ao consulado iraniano.
“O regime malvado será punido por nossos valentes homens. Faremos com que se arrependam desse crime e de outros semelhantes, com a ajuda de Deus”, advertiu Khamenei pouco depois do ataque.
Israel, pronto para “qualquer cenário”
Israel está em estado de alerta após o ataque ocorrido na segunda-feira, 1º de abril, no qual pelo menos 19 pessoas morreram.
Neste domingo, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, afirmou que Israel concluiu os preparativos para enfrentar “qualquer cenário” contra o Irã.
Gallant fez essas declarações após uma reunião hoje com o chefe da Direção de Operações do Exército israelense, Oded Basiuk, e o chefe da Direção de Inteligência Militar, Aharon Haliva, segundo um comunicado das autoridades.
A imprensa israelense sustenta que as autoridades iranianas estariam planejando um ataque com drones e mísseis de cruzeiro contra o Estado judaico, mas também contra alvos americanos na região. O Irã considera que a Casa Branca é “cúmplice” do ataque.
O medo de que este ataque chegue ao território israelense começa a se instalar entre seus cidadãos, que nos últimos dias têm feito estoques de alimentos.
A preocupação da comunidade internacional de que o conflito em Gaza, que hoje completa seis meses, ultrapasse suas fronteiras tem sido constante neste período, devido aos confrontos entre Israel e alguns países árabes, cuja relação está mais tensa do que nunca nas últimas décadas.
(Com informações da EFE)