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Duas pessoas de nacionalidade germano-russa foram detidas na Alemanha sob suspeita de planejar atos de sabotagem, incluindo em instalações militares dos EUA, com o intuito de minar o apoio militar à Ucrânia, conforme anunciado por autoridades nesta quinta-feira (18).
As autoridades realizaram buscas nas residências e locais de trabalho dos dois indivíduos suspeitos, acusados de colaborar com um serviço de inteligência estrangeiro. Um deles, identificado como Dieter S., esteve envolvido em discussões sobre possíveis conspirações com uma pessoa ligada ao serviço de inteligência russo desde outubro de 2023, afirmaram os promotores.
A Alemanha tem se destacado como um dos principais fornecedores de auxílio militar para Kiev desde a invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022, tornando-se um alvo significativo para as operações de espionagem russas, segundo autoridades.
“Nossas autoridades de segurança impediram possíveis ataques explosivos que visavam e minavam nossa assistência militar à Ucrânia”, disse a ministra do Interior, Nancy Faeser. “É um caso particularmente grave de suposta atividade de espionagem para o regime criminoso de (Presidente Vladimir) Putin”.
De acordo com os promotores, Dieter S. estava pronto para executar ataques com bombas e tiros em instalações militares, incluindo aquelas operadas pelas forças dos EUA. Eles também afirmaram que ele capturou fotos e vídeos de transporte militar e equipamentos.
Segundo a revista Spiegel, entre as instalações alvo estaria a base do exército de Grafenwoehr, localizada no sul do estado da Baviera, onde soldados ucranianos recebem treinamento para operar tanques U.S. Abrams.
O Kremlin afirmou não ter informações sobre as prisões, enquanto a embaixada russa em Berlim declarou não ter sido oficialmente notificada. Até o momento, a embaixada dos EUA não se pronunciou sobre o assunto.
Os promotores suspeitam que Dieter S., cujo sobrenome não foi divulgado em conformidade com as leis de privacidade alemãs, tenha atuado como combatente das forças apoiadas pela Rússia no leste da Ucrânia entre dezembro de 2014 e setembro de 2016, na autoproclamada República Popular de Donetsk, portando uma arma de fogo.
Em um caso separado, os promotores acusaram no mês passado um oficial da agência de compras militares da Alemanha de tentar repassar informações confidenciais para a inteligência russa.
A divulgação das prisões ocorreu simultaneamente a uma visita surpresa do ministro da Economia alemão, Robert Habeck, à Ucrânia.
Além disso, a Alemanha fez um apelo urgente para que os países auxiliem no reforço das defesas aéreas da Ucrânia, diante dos contínuos ataques das forças russas contra cidades e infraestruturas ucranianas.
“Continuaremos a fornecer apoio maciço à Ucrânia e não nos deixaremos intimidar”, disse Faeser.