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A proposta de cessar-fogo que está sendo negociada entre Israel e Hamas prevê a troca de todos os reféns israelenses em posse do grupo islâmico pela libertação de 1.290 prisioneiros palestinos nas penitenciárias de Israel, conforme relatado por fontes egípcias à EFE.
“Se receber a aprovação do Hamas, será aplicado o documento proposto pelo Egito (…), que consiste em duas etapas; a primeira inclui a libertação de todos os reféns civis, mulheres e crianças, sem exceção, em troca da libertação de 990 prisioneiros palestinos”, disseram as fontes à EFE, que pediram para permanecer anônimas devido à sensibilidade do assunto.
Nessa primeira fase, “a resistência (Hamas e outros grupos palestinos) identificará 100 (dos 990 prisioneiros)”, enquanto “os deslocados do norte” retornam às suas casas e “aumenta o volume da ajuda que entra na faixa”, acrescentaram.
Também indicaram que, na segunda fase, “serão libertados o restante dos reféns nas mãos do Hamas e de outros grupos em troca da libertação de 300 prisioneiros palestinos”. As mesmas fontes asseguraram à EFE que o Egito “continua suas consultas com todas as partes interessadas para resolver pontos controversos”, sem fornecer detalhes, embora tenham destacado que os contatos estão ocorrendo em um “ambiente positivo”.
O jornal libanês Al Akhbar, próximo ao grupo xiita Hezbollah, publicou nesta quarta-feira um documento que afirmava ser o “texto da proposta” entregue pelo Egito ao Hamas, sobre o qual se espera a resposta do grupo islâmico palestino.
Esta proposta prevê a libertação de todos os reféns israelenses retidos em Gaza, incluindo militares e os mortos, em troca da retirada israelense do enclave e do início de sua reconstrução, segundo o jornal.
Ele também destacou que a iniciativa inclui uma pausa nos combates em três fases, com duração de 124 dias, durante as quais haverá uma suspensão das operações militares em paralelo ao aumento da ajuda humanitária para os palestinos.
Pedido de Blinken a Netanyahu
O secretário de Estado, Antony Blinken, reiterou a oposição dos Estados Unidos a uma ofensiva israelense na cidade de Rafah, no sul de Gaza, onde se abrigaram centenas de milhares de palestinos, em um encontro na quarta-feira com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, informou um funcionário estadunidense.
Blinken, que dois dias antes já havia expressado preocupação com a segurança dos civis palestinos refugiados nessa cidade do sul de Gaza, “reiterou a clara posição dos Estados Unidos sobre Rafah”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.
O chefe da diplomacia estadunidense está em sua sétima visita à região desde o início da guerra em outubro, tentando obter um acordo entre Israel e Hamas.
Blinken e Netanyahu tiveram uma reunião privada no escritório do primeiro-ministro em Jerusalém, antes de participar de um encontro que contou com representantes dos governos de ambos os países, incluindo embaixadores e ministros israelenses.
Segundo o veículo de imprensa israelense Walla, Netanyahu assegurou a Blinken que não aceitará um acordo que inclua o fim da guerra em Gaza, que já causou a morte de mais de 34.500 palestinos.
Netanyahu alertou que, se o Hamas não renunciar à sua exigência de um cessar-fogo permanente, não haverá nenhum tipo de acordo e Israel invadirá a localidade de Rafah, onde vivem 1,4 milhão de pessoas, conforme relataram fontes israelenses e estadunidenses citadas pelo veículo.
Uma das demandas do grupo palestino é que, em uma segunda fase do acordo para a libertação de reféns em troca de prisioneiros palestinos, Israel se comprometa a encerrar sua ofensiva, algo ao qual Netanyahu se opõe, segundo as fontes.