Cinco agentes penitenciários franceses morreram e outros três ficaram feridos, um em estado grave, em um assalto violento a um veículo policial que transportava um detento que conseguiu fugir, informaram meios de comunicação locais.
O incidente ocorreu por volta das 11h00 (hora local) em Paris, onde quatro homens armados invadiram dois veículos e assaltaram o comboio de dois veículos que transportavam um detento recentemente condenado e processado por homicídio.
De acordo com um vídeo divulgado nas redes sociais, os agressores agiram com armas de alto calibre, muito superiores às pistolas que os agentes portavam. Dois deles morreram no tiroteio e três ficaram feridos, enquanto o detento e os assaltantes fugiram em um veículo. Um dos agressores também ficou ferido, segundo fontes policiais.
O veículo usado por eles foi encontrado incendiado um pouco depois em uma área próxima, disseram as mídias.
O presidente Emmanuel Macron prometeu que seria feito tudo o que fosse possível para encontrar os autores do ataque, enquanto centenas de membros das forças de segurança foram mobilizados para uma caçada humana a fim de encontrar os agressores e o detento, todos ainda em liberdade.
“Todos os meios serão implementados para encontrar os autores deste crime”, disse Macron em uma mensagem na rede social X, prometendo ser “implacável”.
O ministro do Interior, Gérald Darmanin, anunciou que foi estabelecido um grande perímetro para tentar deter os assaltantes e o detento, uma operação que envolve cerca de 200 agentes, além de meios aéreos importantes, como helicópteros. Uma unidade da força de elite policial GIGN também foi enviada para deter os suspeitos.
Várias vias foram fechadas ao tráfego e todos os veículos que circulam por elas estão sendo revistados.
Processado por homicídio
O procurador de Paris, Laure Beccuau, disse em comunicado que o detento que escapou é um criminoso de 30 anos identificado como Mohamed Amra, condenado na terça-feira passada a 18 meses de prisão por vários roubos cometidos em 2019 em circunstâncias agravantes.
Além disso, ele estava sendo processado por uma tentativa de homicídio cometida nas imediações de Ruão, onde ocorreu a fuga, e por um homicídio doloso cometido em 2022 perto de Marselha, no âmbito de uma investigação por tráfico de drogas.
De acordo com a rede de televisão, ele estava retornando ao centro penitenciário de Evreux, onde estava cumprindo pena, depois de ter sido interrogado pela manhã pelos juízes por uma tentativa de homicídio perto de Ruão.
“Verdadeira carnificina”
Os dois agentes mortos eram homens e foram os primeiros agentes penitenciários mortos em serviço desde 1992, disse o ministro da Justiça, Eric Dupond-Moretti.
Um deles era casado e tinha dois filhos, enquanto o outro “deixou uma esposa grávida de cinco meses”, disse.
O ministro imediatamente se dirigiu a uma célula de crise em seu ministério.
“São pessoas para quem a vida não significa nada. Eles serão presos, julgados e punidos de acordo com o crime que cometeram”, declarou sobre os agressores.
“Estou gelado de horror diante da verdadeira carnificina que ocorreu no pedágio de Incarville”, disse Alexandre Rassaert, chefe do conselho da região de Eure.
“Espero sinceramente que a equipe de assassinos que perpetrou este sangrento atentado seja detida rapidamente”.
O caso foi entregue aos procuradores do escritório francês de combate ao crime organizado, conhecido por suas siglas JUNALCO.
A ordem pública é um tema importante na política francesa para as eleições europeias do próximo mês, e o incidente provocou reações furiosas de políticos, especialmente da extrema direita.
“É uma verdadeira barbárie que atinge a França todos os dias”, disse Jordan Bardella, principal candidato do partido de extrema direita Agrupamento Nacional (RN), que lidera as pesquisas de opinião para as eleições.
(Com informações da EFE e AFP)