Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
O regime da Coreia do Norte voltou a lançar neste sábado balões repletos de lixo em direção à Coreia do Sul, anunciou o exército sul-coreano.
“A Coreia do Norte volta a lançar (presumíveis) balões que transportam resíduos em direção ao Sul”, apontaram em comunicado os chefes do Estado-Maior conjunto sul-coreano.
O documento desaconselha tocar nos balões e sinalizar sua presença às autoridades. O exército sul-coreano havia advertido pouco antes sobre a iminência deste lançamento, embora previsse que poderia ocorrer no domingo. Na semana passada, a Coreia do Norte enviou em duas ocasiões centenas de balões cheios de lixo, pontas de cigarro e o que parecia ser esterco para seu vizinho do Sul, como “presentes sinceros” em resposta aos panfletos lançados por ativistas sul-coreanos com propaganda contrária ao ditador norte-coreano Kim Jong Un.
Pyongyang anunciou no domingo que cessaria os envios, mas dias depois um grupo sul-coreano “Lutadores por uma Coreia do Norte Livre” afirmou ter enviado dez balões com música K-pop e 200.000 panfletos contra o líder do país comunista asiático.
A ditadura da Coreia do Norte, por sua vez, advertiu que replicaria com uma quantidade cem vezes maior de “papel usado e lixo” se mais panfletos sul-coreanos fossem enviados.
Em resposta aos balões, a Coreia do Sul suspendeu completamente na terça-feira um acordo militar assinado com o Norte em 2018 com o objetivo de reduzir as tensões.
As autoridades de Seul condenaram o lançamento de balões norte-coreanos, qualificando a ação de “irracional” e “de baixo nível” e ameaçaram com medidas de retaliação que, garantiram, poderiam ser “insuportáveis” para Pyongyang.
Kim Yo Jong, a poderosa irmã do líder norte-coreano Kim Jong Un, disse que os balões eram uma resposta às campanhas de civis sul-coreanos para enviar folhetos propagandísticos à Coreia do Norte. Os analistas dizem que a ação do Norte provavelmente também foi projetada para provocar uma divisão na Coreia do Sul sobre a dura política de seu governo conservador em relação à Coreia do Norte.
Durante anos, os ativistas civis sul-coreanos têm usado balões cheios de hélio para lançar panfletos antinorte-coreanos e memórias USB com dramas sul-coreanos e notícias mundiais no Norte, que proíbe o acesso a notícias estrangeiras para a maioria de seus 26 milhões de habitantes. Os lançamentos enfurecem a Coreia do Norte, que anteriormente havia disparado contra os balões e, em resposta, destruiu um escritório de ligação vazio construído pela Coreia do Sul no Norte.
O vice-ministro da Defesa da Coreia do Norte, Kim Kang Il, disse no domingo que seu país interromperia a campanha de balões, mas ameaçou retomá-la se os ativistas sul-coreanos voltassem a enviar panfletos.
Desafiando o aviso, um grupo civil sul-coreano liderado pelo desertor norte-coreano Park Sang-hak disse que lançou na quinta-feira 10 balões de uma cidade na fronteira com 200.000 panfletos antinorte-coreanos, memórias USB com músicas de K-pop e dramas sul-coreanos, e notas de um dólar americano.
“Enviamos verdade e amor, medicamentos, notas de um dólar e canções. Mas um Kim Jong Un bárbaro nos enviou imundície e lixo e não se desculpou por isso”, disse Park.
Desde o fim da Guerra da Coreia (1950-1953) com um armistício, as duas Coreias permanecem tecnicamente em guerra e estão separadas por uma zona desmilitarizada.
(Com informações da AFP e AP)