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Ucrânia reivindicou na terça-feira a autoria de um ataque noturno com drones contra uma instalação petrolífera russa que causou um enorme incêndio, sendo a operação mais extensa das forças de Kiev numa região fronteiriça.
O ataque incendiou um tanque de petróleo na região russa de Rostov, onde mais de 200 bombeiros estão trabalhando, de acordo com o governador da região, Vasily Golubev.
As chamas se espalharam por uma área de 5.000 metros quadrados, mas não houve vítimas, informou o Ministério de Emergências da Rússia.
Fontes anônimas do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) reivindicaram o ataque em declarações a vários meios de comunicação ucranianos. Segundo essas fontes, as infraestruturas atacadas pertencem a duas diferentes empresas de produtos petrolíferos.
Os drones atingiram dois depósitos de petróleo que abrigam 22 tanques, conforme declarou um funcionário ucraniano sob condição de anonimato.
Canais de Telegram russos relataram que moradores de Azov ouviram explosões perto do porto e da estação de trem, onde estão localizadas as instalações petrolíferas. Esses mesmos canais de Telegram publicaram um vídeo mostrando uma grande coluna de fogo e fumaça subindo aos céus da cidade de Azov.
Não foi possível confirmar essa reivindicação inicialmente.
As autoridades de Kiev frequentemente evitam comentários sobre ataques no território russo, embora às vezes façam referências indiretas a eles.
Os desenvolvedores de drones ucranianos têm aumentado o alcance de suas armas ao longo dos últimos meses, numa tentativa de compensar as desvantagens no campo de batalha. Os drones são uma opção acessível enquanto a Ucrânia espera receber mais ajuda militar do Ocidente.
Nos últimos meses, Kiev tem atacado refinarias e outras infraestruturas petrolíferas dentro da Federação Russa, numa tentativa de enfraquecer a economia de guerra russa e privar o Exército russo, que luta na Ucrânia, do combustível necessário.
Pokrovsk, a área mais intensa do front
Entretanto, o exército russo continua pressionando na linha de frente no leste da Ucrânia, onde a escassez de tropas e munições no terceiro ano de guerra tem deixado os defensores vulneráveis.
O Estado-Maior ucraniano relatou que o eixo da frente em Pokrovsk, na região leste de Donetsk, continua sendo a área mais intensa de todo o contato devido aos constantes ataques russos.
Ao meio-dia, os “ocupantes russos” haviam tentado “15 vezes melhorar suas posições” em direção à cidade de Pokrovsk, que permanece sob controle ucraniano.
Segundo o influente canal de Telegram ucraniano DeepState, que relata diariamente sobre a guerra, as forças russas avançaram nas últimas horas nas localidades de Umanske, Arjangelske e Sokol, todas na região de Donetsk.
No relatório de guerra desta terça-feira, a inteligência militar britânica mencionou a “provável” captura pelas tropas russas da localidade de Novooleksandrivka, a 20 quilômetros ao norte de Avdivka ocupada (Donetsk).
“A área tem sido palco de intensos combates ao longo de 2024, e a Rússia avançou gradualmente desde a captura de Avdivka em fevereiro de 2024”, diz o relatório britânico.
De acordo com a inteligência militar de Londres, a tomada de Novooleksandrivka aproxima a Rússia de uma estrada vital para o abastecimento das forças ucranianas no leste.
Nos últimos dias e semanas, as autoridades russas têm relatado melhorias nas posições e a captura de várias aldeias por suas tropas.
A Ucrânia perdeu a iniciativa no front em setembro do ano passado, após o esgotamento de sua contraofensiva com avanços modestos que, em alguns casos, foram revertidos pela Rússia.
Após quase meio ano sem quase nenhum suprimento dos EUA, Kiev começou a receber nova ajuda militar de Washington, financiada pelo pacote esperado de mais de 60 bilhões de dólares aprovado pelo Congresso em abril, cuja ratificação foi atrasada por mais de seis meses devido à resistência de parte do Partido Republicano.
Apesar da chegada de novas armas e quantidades vitais de munição para artilharia para corrigir a dramática desvantagem que a Ucrânia sofreu neste capítulo durante meses, Kiev ainda não conseguiu deter os avanços inimigos nem recuperar a iniciativa.
(Com informações da EFE e AP)