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Os franceses irão às urnas neste domingo (30) para decidir a nova configuração do parlamento em uma eleição considerada crucial para a França e a União Europeia.
Antecipada pelo presidente Emmanuel Macron, que dissolveu a Assembleia no dia 9 após a derrota de seu partido nas eleições para o Parlamento Europeu, as eleições legislativas deste fim de semana podem resultar no avanço da direita no país.
Apesar do avanço da direita, partidos do centro mantêm o controle do Parlamento Europeu.
As pesquisas de opinião mostram o partido Reagrupamento Nacional (RN), liderado pela ex-presidenciável Marine Le Pen, em primeiro nas intenções de voto, seguido da Nova Frente Popular, que une os partidos de esquerda na França. A coalizão centrista liderada pelo partido Renascimento, de Macron, aparece em terceiro lugar, com 21% das intenções de voto.
Se o partido de Marine Le Pen, a União Nacional (RN), conseguir a maioria parlamentar nas eleições na França, isso obrigará Emmanuel Macron a nomear um primeiro-ministro do partido adversário. Esse cenário, conhecido como “coabitação” na política francesa, significa que Macron terá que governar ao lado de um primeiro-ministro cujas políticas podem ser significativamente diferentes das suas.
Com uma Câmara dividida e sem uma maioria estável, a governança pode se tornar fragmentada, especialmente em questões cruciais como impostos, migração, mudanças climáticas e integração com a União Europeia (UE).
Macron, que tem sido uma figura proeminente na tomada de decisões da UE, pode ver sua capacidade de influenciar políticas europeias reduzida durante o restante de seu segundo e último mandato presidencial. Enquanto isso, uma vitória da direita, seguindo sua ascensão nas votações para o Parlamento Europeu, deve resultar na nomeação de Jordan Bardella, um protegido de 28 anos de Marine Le Pen e sem experiência governamental, como primeiro-ministro.
Bardella já indicou que usaria seu papel para contestar políticas de Macron, como o apoio militar à Ucrânia.
Historicamente, a França vivenciou três períodos de coabitação, o mais recente entre o presidente conservador Jacques Chirac e o primeiro-ministro socialista Lionel Jospin, de 1997 a 2002.
A Assembleia Nacional de França tem 577 cadeiras, uma para cada um dos seus distritos eleitorais. Para obter a maioria absoluta, um partido precisa de 289 assentos em uma eleição que pode ter segundo turno.
No primeiro turno, um candidato parlamentar precisa obter mais de 50% dos votos para ser eleito diretamente. Se nenhum candidato atingir essa maioria absoluta, os dois principais candidatos, juntamente com qualquer outro que tenha recebido o apoio de mais de 12,5% dos eleitores registrados no distrito, avançam para o segundo turno.
O segundo turno geralmente ocorre uma semana após o primeiro. Nesta fase, os eleitores podem escolher entre os dois principais candidatos que passaram do primeiro turno. Em alguns casos, três ou até quatro candidatos podem avançar para o segundo turno, mas é comum que alguns candidatos desistam para aumentar as chances de um concorrente com mais chances de derrotar um candidato de direita, como ocorreu na última eleição, por exemplo.