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O Organismo Internacional de Energia Atômica (OIEA) alertou nesta sexta-feira que o Irã está avançando rapidamente no fortalecimento de sua capacidade nuclear, agora com a instalação de centrífugas para o enriquecimento de urânio em tempo recorde.
No meio do mês, houve uma série de trocas indiretas entre o organismo e o regime iraniano, envolvendo a aprovação de uma declaração crítica sobre a situação no país. Em resposta, as autoridades iranianas anunciaram que ignorariam as críticas e instalariam oito cascadas de 174 centrífugas IR-6 na usina de Fordow, visando expandir rapidamente sua capacidade de enriquecimento de urânio. Estas ações ocorreriam num prazo de três a quatro semanas.
Entretanto, um relatório confidencial divulgado pelo OIEA aos seus membros nesta sexta-feira revelou que metade dessas instalações foi concluída em questão de dias, destacando a gravidade da situação. Apenas 48 horas após o anúncio do regime, as primeiras confirmações indicaram que duas dessas cascadas já estavam no local. No domingo seguinte, a Agência verificou que o Irã instalou quatro das oito cascadas IR-6 mencionadas na Unidade 1 da usina de enriquecimento de combustível de Fordow, dobrando o número desde o anúncio inicial no dia 9 do mês.
O documento também menciona que nenhuma das centrífugas está operacional até o momento, embora o Irã não tenha especificado quando começará a alimentar qualquer uma das cascadas da Unidade 1 com UF6, o gás hexafluoreto de urânio, matéria-prima para as centrífugas, nem o nível de enriquecimento previsto.
No entanto, isso evidencia que o regime iraniano continua enriquecendo urânio com uma pureza de até 60% e está cada vez mais próximo de atingir os 90%, necessário para a fabricação de armas nucleares. Estima-se que o país já possua material suficiente para três dessas armas.
Embora Teerã estivesse planejando essa melhoria em Fordow há algum tempo, o anúncio no meio do mês e a pressa para completar o projeto foram uma resposta às condenações do Ocidente pela falta de cooperação nuclear, incluindo a ausência de respostas em investigações e a proibição de entrada de vários inspetores internacionais. Além disso, o país tem ignorado chamados de atenção nos últimos anos sobre suas grandes reservas de material de pureza próxima ao nível armamentista.
Na véspera, o Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou uma nova rodada de sanções contra três empresas envolvidas no transporte de petróleo iraniano ou produtos petroquímicos, devido ao apoio dessas empresas às atividades irregulares do país. “No último mês, o Irã anunciou medidas para expandir seu programa nuclear de uma maneira que não possui propósito crível, o que é ainda mais preocupante diante da contínua falta de cooperação com o OIEA e das declarações de autoridades iranianas sugerindo possíveis mudanças na doutrina nuclear do Irã”, afirmou Antony Blinken após o anúncio.
(Com informações da Reuters)