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O Departamento de Justiça dos Estados Unidos informou nesta terça-feira que, após uma longa investigação, identificou e desarticulou uma rede impulsionada pela Rússia para disseminar informações e notícias falsas em vários países. Segundo especialistas, tratava-se de uma manobra que incluía um total de 968 contas, todas na rede social X, bem como dois domínios: mlrtr.com e otanmail.com.
Os usuários do ex-Twitter estavam vinculados a e-mails criados a partir desses sites, que operavam por meio de uma empresa no Arizona, mas remetiam diretamente ao Serviço Federal de Segurança (FSB) do Kremlin e ao canal de televisão russo RT.
Para suas manobras, os russos utilizaram o Meliorator, um software que, por meio da Inteligência Artificial, permite criar de forma massiva “contas aparentemente autênticas”, publicar conteúdo “similar ao dos usuários típicos” e copiar a desinformação disseminada por outros bots, com o objetivo de “perpetuar” falsidades que “amplificam” campanhas de influência maligna em outros países.
Neste caso, tratavam-se de mensagens favoráveis ao governo de Vladimir Putin e contra o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, com quem está em guerra desde fevereiro de 2022, quando invadiu o território ucraniano. No entanto, também foram identificados outros casos que abordam a questão dos refugiados na Europa e alertas de segurança falsos para dissuadir a assistência aos Jogos Olímpicos deste ano, sempre com o objetivo de infundir medo do futuro e incerteza.
As autoridades detectaram a chegada do Meliorator ao X nos Estados Unidos, Espanha, Ucrânia, Alemanha, Polônia, Países Baixos e Israel, principalmente, embora tenham alertado que a Rússia buscará expandi-lo para mais plataformas e nações.
Por isso, o FBI iniciou um trabalho conjunto com os serviços de inteligência dos Países Baixos (AIVD), o serviço de inteligência militar neerlandês (MIVD) e o Centro Canadense de Segurança Cibernética (CCCS), para aumentar as campanhas de prevenção contra as tentativas russas de interferir em suas sociedades.
Por sua vez, o procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick Garland, celebrou que, graças à ação das últimas horas do Departamento de Justiça, “foi interrompida uma campanha de propaganda apoiada pelo governo russo com IA, para usar uma fazenda de bots na disseminação de desinformação no país e no exterior” e prometeu continuar trabalhando para eliminar todas essas redes.
A notícia veio a público a quatro meses das eleições presidenciais que serão realizadas nos Estados Unidos e sobre as quais os especialistas em segurança já alertaram para possíveis ataques cibernéticos e ameaças à estabilidade e à influência dos eleitores. Inclusive, a Casa Branca indicou que diversos mecanismos foram implementados para combater esses avanços estrangeiros.
No continente europeu, onde recentemente ocorreram as eleições para o parlamento, bem como outros pleitos nacionais, os cidadãos também estiveram expostos a esses comentários manipuladores russos, além de uma sobrecarga de informações nas redes sociais, que inclusive foram denunciados por interferência por meios como a BBC, The Guardian, CNN e a agência EFE.
(Com informações de EFE e Reuters)