O júri no julgamento federal por corrupção do Senador Bob Menendez, de Nova Jersey, e dois de seus associados comerciais, Fred Daibes e Wael Hana, considerou Menendez culpado de todas as acusações após um complexo julgamento de nove semanas em Manhattan.
Menendez se declarou inocente das acusações federais de que teria aceitado uma série de subornos em troca de ajudar governos estrangeiros. Os jurados deliberaram por três dias. A condenação em todos os 16 pontos de acusação expõe Menendez a uma pena de até 200 anos de prisão, embora uma sentença tão pesada seja improvável.
O juiz marcou a data de sentença do senador para 29 de outubro.
“Os promotores não conseguiram demonstrar que qualquer uma das barras de ouro ou dinheiro foi dada ao Senador Menendez como suborno”, disse o advogado de defesa de Menendez, Adam Fee, em suas declarações finais, concluídas na última quarta-feira.
“A ausência de evidências deve ser considerada contra a acusação”, afirmou ele.
O líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, reagiu ao veredicto pedindo a renúncia de Menendez.
“À luz deste veredicto de culpa, o Senador Menendez deve agora fazer o que é certo para seus constituintes, o Senado e nosso país, e renunciar”, disse Schumer.
Em seu argumento final de cinco horas na terça-feira, o procurador federal Paul Monteleoni pediu aos jurados que responsabilizassem o democrata de Nova Jersey por sua suposta má conduta.
“Este é um grande caso”, disse Monteleoni. “Mas tudo se resume a um caso clássico de corrupção em larga escala.”
Durante o julgamento, os promotores usaram e-mails e mensagens de texto de Menendez, além de testemunhos do FBI, para apresentar evidências que, segundo eles, mostram que o senador aceitou presentes extravagantes de governos estrangeiros. Os presentes totalizaram mais de US$ 100.000 em barras de ouro, além de centenas de milhares de dólares em dinheiro espalhados pela casa de Menendez em Nova Jersey.
Menendez foi acusado por promotores federais de 18 crimes desde que se declarou inocente no ano passado, todos relacionados a um suposto esquema de suborno envolvendo os governos do Egito e do Qatar.
Em março, uma acusação de 18 páginas foi incorporada às acusações existentes contra Menendez e seus co-réus – incluindo sua esposa, Nadine – por supostamente atuar como agente estrangeiro e aceitar centenas de milhares de dólares em subornos para beneficiar o governo egípcio por meio de seu poder e influência como senador.
A acusação surgiu após o co-réu Jose Uribe – que supostamente presenteou Nadine com um conversível Mercedes – aceitar um acordo de delação e concordar em cooperar com os promotores. As acusações também alegavam que Menendez cometeu conspiração, suborno, atuação como agente estrangeiro, extorsão e fraude eletrônica.
Menendez e seus associados foram acusados pela primeira vez em 23 de setembro de 2023.