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Protestos estudantis em Bangladesh deixam 105 mortos; Governo impõe toque de recolher

Reprodução: X @TheNewsTrending

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Bangladesh decretou toque de recolher e mobilizou militares para conter uma onda de protestos que ganhou força nesta sexta-feira (19). A polícia não conseguiu impedir as passeatas e a invasão de uma prisão, nem sufocar os distúrbios, que já deixaram 105 mortos.

O país enfrenta uma mobilização que começou neste mês, com protestos de estudantes contra um sistema de cotas que reserva mais da metade dos cargos públicos a alguns setores da sociedade, incluindo os filhos dos veteranos da guerra de libertação de 1971 contra o Paquistão. As manifestações representam um desafio para o governo autocrático da primeira-ministra Sheikh Hasina, no poder há 15 anos.

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“O governo decidiu impor um toque de recolher e enviar o Exército para ajudar as autoridades civis”, disse Nayeemul Islam Khan, secretário de imprensa da primeira-ministra, à AFP. O anúncio foi feito depois que a polícia da capital, Daca, proibiu as reuniões públicas para tentar frear os protestos. “Proibimos todas as manifestações, passeatas e reuniões públicas em Daca hoje”, afirmou o chefe de polícia Habibur Rahman à AFP, acrescentando que a medida era necessária para garantir a segurança pública.

Apesar dessas medidas, houve novos confrontos entre a polícia e os manifestantes na metrópole de 20 milhões de habitantes, apesar de uma interrupção da internet destinada a impedir a organização de manifestações. “Nosso protesto continuará”, disse Sarwar Tushar, que participou de uma marcha na capital e sofreu ferimentos leves ao ser dispersado pela polícia.

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Manifestantes invadiram hoje uma prisão em Narsingdi, a 50 km da capital, libertaram os detentos e atearam fogo ao local, informou um policial à AFP. “Não sei o número de presos, mas seriam centenas.”

O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou a repressão e chamou os ataques de “particularmente chocantes e inaceitáveis”.

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Em Daca, 52 pessoas foram mortas hoje, segundo uma lista consultada pela AFP no hospital universitário da cidade. O fogo policial causou mais de dois terços das mortes registradas nesta semana, informaram funcionários do hospital.

A força policial da capital informou anteriormente que os manifestantes incendiaram, vandalizaram e realizaram “atividades destrutivas” ontem em delegacias e escritórios do governo, incluindo a sede da estatal Bangladesh Televion em Daca, que continua fora do ar depois que centenas de estudantes indignados invadiram as instalações e incendiaram um prédio. “Cerca de 100 policiais ficaram feridos nos confrontos de ontem. Cerca de 50 cabines policiais foram incendiadas”, informou a Polícia Metropolitana de Daca.

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