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Governo Argentino Reage às Ofensas de Maduro a Milei

(Pixabay)

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Em resposta às recentes declarações do presidente venezuelano Nicolás Maduro, que acusou o presidente argentino Javier Milei de ser “um desgraçado nazista fascista”, o governo argentino, por meio do porta-voz presidencial Manuel Adorni, reafirmou seu compromisso com a defesa dos direitos humanos e o respeito ao processo eleitoral na Venezuela.

“O respeito pelos direitos humanos não depende da boa vontade de um presidente autoritário nem de seu séquito de aduladores”, declarou Adorni. Ele enfatizou a importância de que no país caribenho “se respeite o processo eleitoral e a integridade de todas as pessoas envolvidas” nas eleições que ocorrerão no próximo domingo.

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Adorni relembrou os principais pontos do comunicado que a Argentina assinou na sexta-feira junto a Costa Rica, Guatemala, Paraguai e Uruguai sobre o processo eleitoral venezuelano. O Ministério das Relações Exteriores, liderado por Diana Mondino, anunciou que a Argentina retornaria à denúncia feita em 2018, solicitando à Corte Penal Internacional (CPI) que investigasse o regime de Caracas por violações sistemáticas de direitos humanos. Essa denúncia havia sido retirada por Alberto Fernández em março de 2021.

“No dia de hoje, a República Argentina comunicou à Corte Penal Internacional sua decisão de reincorporar-se à remissão efetuada em 2018 sobre a situação na República Bolivariana da Venezuela, da qual havia se retirado em 2021. Esta decisão é congruente com as ações e declarações que o governo argentino vem adotando desde 10 de dezembro de 2023 frente ao deterioro da situação política e de direitos humanos na Venezuela. A República Argentina continuará lutando pelo restabelecimento do estado de direito e pela defesa dos princípios de liberdade e democracia nesse país”, anunciou na sexta-feira o Ministério das Relações Exteriores em seu comunicado.

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O comunicado também exige “o imediato cessar do assédio, perseguição e repressão contra ativistas políticos e sociais da oposição, bem como a libertação de todos os presos políticos. Da mesma forma, exigimos que o governo da Venezuela cumpra suas obrigações de acordo com o Direito Internacional, particularmente no que diz respeito à emissão de salvo-condutos para membros da campanha opositora asilados na sede diplomática da República Argentina em Caracas”.

Essa demanda foi apresentada em 2018 por Canadá, Chile, Colômbia, Paraguai, Peru e Argentina – então governada por Mauricio Macri – para que se investigasse o regime da Venezuela por supostos crimes contra a humanidade. Foi a primeira vez que um grupo de Estados denunciou um terceiro perante esse tribunal, cuja missão é julgar pessoas acusadas de cometer crimes de genocídio, guerra, agressão e crimes contra a humanidade.

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No entanto, em março de 2021, a gestão de Alberto Fernández retirou seu apoio à denúncia, no mesmo dia em que anunciou sua saída do Grupo de Lima, um fórum regional alinhado com os Estados Unidos. Naquela ocasião, o governo argentino argumentou que a saída desse bloco regional se deu pela “participação de um setor da oposição venezuelana como um integrante a mais do Grupo de Lima”, o que levou a “posições que nosso governo não pôde nem pode acompanhar”. A decisão foi bem recebida pelas autoridades venezuelanas.

Para realizar a denúncia, durante nove meses, houve especialistas internacionais independentes convocados pela OEA que coletaram informações, ouviram o testemunho de dezenas de vítimas e testemunhas e analisaram evidências de grupos de direitos humanos. O relatório, que teve 489 páginas, analisou também agressões contra dirigentes opositores ao regime, “padrões sistemáticos e generalizados de perseguição política, assédio a estudantes, civis e membros das forças armadas”. Todas essas “ferramentas” foram usadas para aterrorizar o povo venezuelano.

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O documento incluiu 26 testemunhos de testemunhas que prestaram depoimentos em cinco audiências públicas organizadas pela OEA, dezenas de relatos de vítimas e familiares de vítimas e relatórios entregues por mais de 40 organizações não governamentais venezuelanas e internacionais.

Entre suas conclusões, o relatório apontou que houve 131 vítimas de assassinatos durante os protestos de 2014 e 2017, perpetrados por membros das forças de segurança do Estado e/ou coletivos chavistas; identificou 8.292 execuções extrajudiciais ocorridas desde 2015; mais de 12 mil venezuelanos foram arbitrariamente detidos, encarcerados ou submetidos a outras severas privações de liberdade física a partir das eleições de 2013, quando Maduro chegou ao poder após a morte de Hugo Chávez.

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Maduro, neste domingo, repetiu suas ofensas a Milei. “Eu disse isso esses dias e ele ficou bravo (irritado), mas eu disse a verdade, esse Milei é um desgraçado nazista fascista, é um desgraçado que está passando a motosserra nos trabalhadores, nas trabalhadoras, (…) então ele ficou bravo, (…) mas a verdade é a verdade”, afirmou em um ato no estado insular de Nueva Esparta, no nordeste da Venezuela, a apenas uma semana das eleições em que o candidato opositor Edmundo González Urrutia tem ampla vantagem nas pesquisas.

 

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