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A Conferência dos Bispos da França (CEF) emitiu um comunicado lamentando as “cenas de escárnio e zombarias ao cristianismo” durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, enquanto destacava também “momentos de beleza, alegria, ricos em emoções e universalmente aplaudidos”. A cerimônia, que durou quatro horas, misturou momentos estéticos notáveis, realçados pela linda paisagem de Paris, com outros aspectos considerados antiestéticos e até chocantes.
O episódio que motivou o comunicado da CEF foi uma paródia gratuita e desnecessária, que não condiz com o espírito olímpico de concórdia e fraternidade universal. É surpreendente que, em uma cerimônia supostamente diversa e inclusiva, os organizadores tenham dedicado parte do desfile para ridicularizar uma religião, especialmente a fé católica, que tem profunda importância para a história e identidade da França.
Enquanto a elite francesa recente parece negar ou questionar suas raízes históricas, a França não conseguiu homenagear Samuel Paty, o professor decapitado por um extremista muçulmano, com o nome de uma escola. Essa omissão parece uma tentativa de não ofender praticantes de uma fé específica.
Os organizadores da abertura também parecem ignorar a contribuição do frade dominicano Henri Louis Rémy Didon, que criou o lema dos Jogos Olímpicos: “Citius, Altius, Fortius” (“Mais rápido, mais alto, mais forte”). O Barão Pierre de Coubertin, fundador dos Jogos Olímpicos modernos, se inspirou nas ideias de Didon, que combinava paixão pelo esporte com vocação educacional.
Ferghane Azihari, analista político e ensaísta, criticou a cerimônia por seu “prazer venenoso em zombar do próximo”. Ele observou que o sucesso de uma performance artística não deve ser medido por sua capacidade de ofender, mas por sua estética universal. Azihari também questionou a eficácia de paródias que distorcem obras clássicas, como “A Última Ceia” de Leonardo da Vinci, comparando com a recepção a outras formas de arte.