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Neste domingo (28), a Venezuela realiza eleições presidenciais para os próximos seis anos, com 21,6 milhões de eleitores aptos a votar. A comunidade internacional está atenta ao pleito, com preocupações sobre a aceitação dos resultados pelo atual presidente, Nicolás Maduro, que busca a reeleição. Maduro, no poder desde 2013, sucedeu o ex-presidente Hugo Chávez.
Eleições anteriores na Venezuela não foram consideradas transparentes por agências internacionais. Em 2018, houve um boicote às urnas e uma abstenção de 54% do eleitorado. A instabilidade política é agravada por crises econômica, social e humanitária, além de sanções financeiras e comerciais impostas por países como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e União Europeia.
Durante a semana, as pesquisas eleitorais apresentaram resultados divergentes. Algumas indicavam uma vitória significativa para Maduro, enquanto outras apontavam Edmundo González, principal candidato da oposição, como vencedor. Além dos dois principais candidatos, há outros oito concorrentes na corrida presidencial.
A comunidade internacional expressa preocupação devido às ações e declarações recentes de Maduro. Ele afirmou que o país pode enfrentar uma guerra civil caso não vença as eleições e mencionou um possível “banho de sangue”. “Não quero ‘show nem choradeira’ porque vou dar ‘uma surra’ nos rivais”, declarou Maduro.
As declarações de Maduro foram criticadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na última segunda-feira (22), Lula disse estar “assustado” com os comentários de Maduro. “Quem perde as eleições toma um banho de voto. Maduro tem que aprender, quando você ganha, você fica; quando você perde, você vai embora”, afirmou Lula em entrevista.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela convidou observadores internacionais para acompanhar o pleito, incluindo entidades como a ONU, Celac, Caricom, União Africana, União Europeia, Brics e o Centro Carter. Porém, a União Europeia foi desconvidada meses depois. O Brasil inicialmente afirmou que não participaria, mas o TSE anunciou o envio de dois técnicos, decisão posteriormente cancelada após críticas de Maduro ao processo eleitoral brasileiro. O assessor especial de Lula para assuntos internacionais, Celso Amorim, acompanhará as eleições.
Na Venezuela, o voto não é obrigatório e é permitido a partir dos 18 anos. A eleição é decidida em um único turno, e o vencedor tomará posse em 10 de janeiro de 2025. O mandato presidencial é de seis anos, sem limite para reeleição. O país utiliza urnas eletrônicas que imprimem comprovantes de voto, os quais são conferidos pelos eleitores e depois utilizados para validação dos resultados.