Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
O Centro Carter pediu ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela que “publique imediatamente” todas as atas das mesas instaladas durante a jornada eleitoral realizada em 28 de julho passado.
“Nossa missão técnica, enviada à Venezuela a convite do CNE, tem como objetivo avaliar a eleição presidencial de acordo com o marco legal venezuelano, bem como os padrões regionais e internacionais em matéria de eleições democráticas. A informação das atas transmitidas ao CNE é indispensável para nossa avaliação e fundamental para o povo venezuelano”, disse a organização sediada em Atlanta, Estados Unidos, em um comunicado.
O regime de Nicolás Maduro vetou as missões da União Europeia e da OEA que iriam participar como observadores eleitorais na eleição deste domingo. Também vetou, de última hora, a entrada no país de ex-mandatários e dirigentes políticos ibero-americanos, inclusive de alguns próximos ao regime chavista, como o ex-presidente argentino, Alberto Fernández.
Os únicos países que puderam enviar observadores foram precisamente aqueles aliados ideológicos do chavismo, que não se caracterizam por realizar eleições democráticas, como Cuba, Nicarágua, Rússia e China.
O Centro Carter, que havia participado como observador em eleições durante os primeiros anos do chavismo, foi vetado por Maduro após 2015. Este ano, foi permitido o retorno, mas com uma delegação reduzida de quatro pessoas.
Na madrugada de segunda-feira, o CNE proclamou a vitória de Maduro com 51,2% dos votos contra 44,2% do opositor Edmundo González. O resultado contradiz todas as pesquisas prévias e as bocas de urna que indicavam uma vitória esmagadora de González. A opositora Plataforma de Unidade Democrática afirmou possuir as atas das mesas que mostram uma vitória contundente de 70% dos votos. Até agora, o CNE não publicou uma única ata nem resultados detalhados por mesa ou região.
Dezenas de governos exigiram que o regime mostre as atas e que observadores internacionais possam certificá-las antes de validar qualquer resultado. Outros países clamaram fraude.
Os únicos que parabenizaram Maduro por sua reeleição foram os governos da Rússia, China, Irã, Nicarágua, Honduras, Bolívia, Síria e Madagascar.