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Oposição venezuelana não reconhece vitória de Maduro e alerta para fraude eleitoral

(Pixabay)

A coalizão oposicionista da Venezuela anunciou que não reconhece a decisão do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) de declarar Nicolás Maduro como vencedor das eleições presidenciais.

“Nossa luta continua, e não descansaremos até que a vontade popular seja respeitada”, afirmou o candidato Edmundo González em um breve discurso.

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Antes dele, a líder oposicionista María Corina Machado, impedida de concorrer no pleito, declarou que a decisão do CNE contraria as pesquisas internas que indicavam vitória da oposição com ampla margem sobre Maduro.

“Queremos dizer ao mundo que a Venezuela tem um novo presidente eleito e é Edmundo González Urrutia”, disse Machado. “Espero que todos se mantenham firmes, orgulhosos do que fizemos, porque nos próximos dias vamos anunciar ações para defender a verdade.” Machado afirmou que a oposição venceu em todos os estados e que os resultados esperados dariam a vitória a González com cerca de 70% dos votos, contra 30% dos governistas.

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“É a eleição presidencial com a maior margem de vitória”, declarou. Segundo Machado, três pesquisas de boca de urna “independentes e autônomas”, monitoradas pela campanha, previam a vitória da oposição. Os resultados também seriam consistentes com quatro “recounts”, ou contagens rápidas, realizados pela coalizão ao longo do dia.

Machado citou ainda as atas, equivalentes a boletins de urna, aos quais a campanha teve acesso. “Neste momento, temos mais de 40% das atas. Vou dizer algo a vocês: 100% das atas que o CNE transmitiu, nós as temos. Não sei de onde saíram as outras”, disse a líder opositora, insinuando fraude do regime chavista. “Todas as que transmitiram, nós as temos. E toda essa informação coincide. Sabe em quê? Em que Edmundo González Urrutia obteve 70% dos votos desta eleição, e Nicolás Maduro, 30% dos votos.”

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O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) afirmou que Nicolás Maduro venceu as eleições realizadas neste domingo (28) com 51,2% dos votos, com 80% das urnas apuradas.

A oposição denunciou irregularidades e pediu vigilância por contagem paralela. O anúncio do CNE ocorreu após horas de indefinição e em meio a queixas da oposição sobre irregularidades na apuração dos votos, que pediu aos seus apoiadores que fizessem uma vigília nos locais de votação e viabilizassem uma contagem paralela dos votos.

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Maduro não se manifestou antes do resultado. Aliados, entretanto, indicaram acreditar na vitória do presidente. “Não podemos dar resultados, mas podemos dar rostos”, disse Jorge Rodríguez, coordenador da campanha de Maduro, apontando para o rosto e sorrindo.

O secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, afirmou que o país “tem sérias preocupações de que os resultados não refletem a vontade ou os votos do povo venezuelano”. O presidente do Chile, Gabriel Boric, disse que os resultados divulgados pelo regime chavista são “difíceis de acreditar”. “Do Chile, não reconheceremos nenhum resultado que não seja verificável”, afirmou Boric.

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Apesar do clima de tensão, a votação ocorreu sem grandes episódios de violência. Houve longas filas em vários locais de votação. O horário oficial de votação foi das 7h às 19h, mas eleitores que estivessem na fila após o fim do horário puderam votar.

Maduro votou logo no começo do dia e disse que reconheceria os resultados oficiais. González votou pouco depois das 14h e afirmou acreditar que as Forças Armadas respeitariam as votações. “Reconheço e reconhecerei o árbitro eleitoral, os boletins oficiais e garantirei que sejam respeitados”, disse Maduro a repórteres, após deixar o local de votação. “A comunidade internacional da qual nosso país Chile é parte não aceitaria outra coisa”, garantiu Boric.

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Durante o dia, representantes de diversos países cobraram transparência na divulgação dos dados. Em 2018, Maduro havia recebido 6.248.864 votos, sendo eleito com 67,85% dos votos válidos, em uma eleição com 46% de participação do eleitorado. Os resultados foram contestados pela oposição e por entidades internacionais.

Maduro entrou na disputa em um contexto de profunda crise econômica e humanitária na Venezuela. Em 10 anos, o Produto Interno Bruto (PIB) venezuelano teve uma queda de 80%, levando mais de 7 milhões de pessoas a deixarem o país.

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Pela manhã, após votar, Maduro afirmou que reconheceria o árbitro eleitoral e garantiria que os resultados fossem respeitados. Em 17 de julho, ele declarou que o país poderia enfrentar um “banho de sangue” e uma “guerra civil” se não fosse reeleito.

Ao deixar o local de votação, González disse acreditar que as Forças Armadas venezuelanas respeitarão o resultado. Ele foi escolhido para encabeçar a chapa depois que as opositoras María Corina Machado e Corina Yoris foram impedidas pelo regime de Maduro de concorrer.

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O dia foi marcado por longas filas em algumas seções eleitorais. Os pontos de votação deveriam abrir às 6h, no horário local (7h, de Brasília), mas, cerca de 2h40 depois, 5% deles ainda não tinham sido abertos, segundo o CNE.

Em um ponto de votação em Caracas, houve confusão com empurrões e tapas na fila de eleitores antes da abertura dos portões. “Eles não nos deixam entrar, por quê? Queremos votar, queremos ser uma nação venezuelana livre e não chavista nem madurista, para que estejamos todos juntos”, disse o eleitor Oscar Marquina, segundo a Reuters. No mesmo local, a polícia chegou a impedir a entrada de ao menos oito representantes partidários autorizados pelo CNE, informou a agência de notícias AP.

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