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Nicolás Maduro voltou a ameaçar Edmundo González Urrutia neste sábado após ele se recusar a comparecer ao Tribunal Supremo de Justiça, alinhado ao regime chavista, conforme convocado pelo próprio Maduro para que o órgão avaliasse e ratificasse o resultado fraudulento das eleições.
“Nove horas e meia depois, ele posta um vídeo no Twitter dizendo que não foi por tais e tais razões… Tudo o que você disse, senhor González Urrutia, vai para o expediente e, no momento em que for decidida a sentença, você enfrentará graves consequências legais por desacato à Constituição, aos tribunais e às leis. Tudo o que você disser pode ser usado contra você”, afirmou Maduro aos seus seguidores.
Na quarta-feira, Maduro havia dito que tanto o candidato quanto sua companheira, María Corina Machado, deveriam estar presos por terem cometido crimes no país. “Essas pessoas precisam estar atrás das grades e deve haver justiça. Têm as mãos manchadas de sangue. Eu diria, como chefe de Estado, que haja justiça”, declarou antes de prometer que “jamais, jamais, alcançarão o poder político”.
Neste sábado, Maduro também acusou González Urrutia de não ter comparecido à manifestação em Las Mercedes, onde María Corina Machado esteve presente. Segundo Maduro, o evento tinha a intenção de “auto-juramentar” a oposição. “Querem impor, novamente, a triste história de Guaidó. Guaidó 2.0, Guaidó parte 2, hoje teve medo de se auto-juramentar, não foi à marcha da oposição. O senhor teve medo hoje. Iriam colocar a faixa e ele se auto-juramentaria… teve medo”, acusou.
Maduro continuou atacando não apenas González Urrutia e a líder opositora, mas também países estrangeiros, que ele acusa de tentar realizar um golpe de Estado no país. No entanto, ele assegurou que não permitirá que isso aconteça. “Ninguém poderá impor cenários de violência. Haverá uma emboscada; a cada emboscada, haverá uma resposta e na Venezuela se imporá a paz, a lei, a Constituição, o direito do povo”, disse, insistindo que a vontade da oposição de “usurpar” a presidência não será aceita.
Além disso, Maduro afirmou que as forças de segurança oficiais já capturaram 2.000 pessoas e que esse número aumentará nos próximos dias com os “patrulhamentos militares e policiais” por todo o país. Todos esses detidos “vão para Tocorón e Tocuyito. Justiça. Desta vez não haverá perdão, desta vez haverá Tocorón. O que fizeram é muito grave”, acrescentou, referindo-se às duas prisões de máxima segurança que estão sendo reformadas e que prometeu ter prontas em 15 dias para abrigar os “guarimberos”.
Maduro alegou que todos esses “delinquentes” receberam ordens claras de onde atacar e quem buscar, e foram treinados nos Estados Unidos, Peru, Colômbia e outros países da região. “Foram inseridos em um plano nos últimos onze meses”, acrescentou.
“Todos confessam. Tiveram um processo legal, com todas as garantias, conduzido pela promotoria”, continuou, destacando que “a Venezuela está em paz, a Venezuela está calma, a Venezuela está vibrante e brilhante”, numa tentativa irônica de desmentir as marchas diárias da oposição e o sangue derramado pelos seus oficiais.