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Papa Francisco Divulga Carta e Faz Apelo Contra a Obsessão por Telas

(Vatican News)

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O papa Francisco escreveu um documento publicado neste domingo (4) para destacar a importância da literatura “no caminho da maturação pessoal” e na formação dos sacerdotes, em meio à “obsessão pelas telas”. Francisco explica: “Pensei em escrever um título que se referisse à formação sacerdotal, mas depois percebi que, de maneira semelhante, essas questões podem ser aplicadas à formação de todos os agentes de pastoral, bem como a qualquer cristão.”

“Frequentemente, entre o tédio das férias, o calor e a solidão dos bairros desolados, encontrar um bom livro pode ser como um oásis que nos afasta de outras atividades que não nos fazem bem”, destaca. Ele afirma que, em “momentos de cansaço, raiva, decepção, fracasso, e quando nem mesmo na oração conseguimos encontrar a calma da alma, um bom livro, pelo menos, ajuda a suportar a tempestade, até que possamos encontrar um pouco mais de serenidade”.

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“Antes da chegada onipresente dos meios de comunicação, redes sociais, telefones celulares e outros dispositivos, a leitura era uma experiência comum, e aqueles que a vivenciaram sabem do que estou falando. Não é algo ultrapassado”, acrescenta o papa em sua carta.

Ele explica que, “diferentemente dos meios audiovisuais, onde o conteúdo em si é mais completo e o espaço e o tempo para enriquecer a narrativa ou interpretá-la costumam ser reduzidos, na leitura de um livro, o leitor é muito mais ativo”. Francisco espera que, pelo menos nos seminários, “consigamos abandonar a obsessão pelas telas — e pelas notícias falsas venenosas, superficiais e violentas — e dedicar tempo à literatura, aos momentos de leitura tranquila e livre, a conversar sobre aqueles livros, novos ou antigos, que ainda nos falam muito”.

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Sobre a formação dos sacerdotes, o pontífice explica que a falta de leitura “é a origem de um grave empobrecimento intelectual e espiritual dos futuros sacerdotes, que ficam privados do acesso privilegiado ao coração da cultura humana e, mais concretamente, ao coração do ser humano, através da literatura”. Francisco, que foi professor de Literatura na Argentina, revela que adora “os artistas trágicos, porque todos podemos sentir suas obras como próprias, como expressão de nossos próprios dramas”.

“Chorando pelo destino dos personagens, choramos, no fundo, por nós mesmos e pelo nosso próprio vazio, nossas próprias carências, nossa própria solidão. Claro, não peço que leiam o mesmo que eu li. Cada um encontrará aqueles livros que dizem algo à sua própria vida e se tornarão verdadeiros companheiros de viagem. Não há nada mais contraproducente do que ler algo por obrigação”, acrescenta.

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