O ex-presidente argentino Alberto Fernández está sendo investigado por suspeitas de violência física e assédio contra a ex-primeira dama Fabiola Yañez. Segundo o jornal argentino La Nación, a denúncia foi feita a um juiz federal, que já determinou medidas de restrição e proteção para Yañez, além de proibir a saída do ex-presidente do país.
Fernández declarou que está preparando um comunicado para esclarecer sua posição e negar as acusações. “Farei o restante perante a Justiça. É tudo falso. Mas vou provar tudo na justiça”, afirmou.
De acordo com Clarín, a ex-primeira dama alega que sofreu espancamentos e ameaças durante o mandato de Fernández, que ocorreu entre 2019 e 2023. Conversas reveladas entre Fabiola Yañez e a secretária do ex-presidente, María Cantero, mostram detalhes sobre os supostos episódios de violência.
A Justiça argentina está considerando convocar Yañez para uma nova audiência, que contará com a participação do Ministério Público. O caso pode ser encaminhado à justiça ordinária, pois, inicialmente, não há razão para que continue na jurisdição federal.
O La Nación também informou que Fernández está tentando afastar o juiz responsável pelo caso, alegando suspeitas de parcialidade. Até agora, o pedido de afastamento foi rejeitado tanto pelo juiz quanto pela Câmara Federal.
A investigação começou com mensagens encontradas no celular de María Cantero, ex-secretária de Fernández, que revelaram conversas sobre supostos atos de violência. Essas conversas foram mantidas em sigilo e a ex-primeira dama foi convocada para uma audiência por videoconferência de Madrid, onde reside atualmente. Na época, Yañez não havia decidido prosseguir com a ação penal.
Recentemente, Yañez decidiu retomar o processo e formalizar a denúncia. O crime de violência de gênero é de ação privada, ou seja, requer a iniciativa da vítima para que a Justiça tome medidas.
O jornal Clarín revelou que há fotos, áudios e mensagens que confirmariam episódios de agressão física por parte de Alberto Fernández. O advogado de Yañez declarou que tanto o ex-presidente quanto a ex-primeira dama reconheceram uma “forte discussão”, mas negaram a existência de violência física.
O celular de María Cantero foi apreendido no início de março durante uma investigação sobre seguros e analisado pela Polícia de Segurança Aeroportuária (PSA). As mensagens encontradas mostram que Cantero manteve contato com vários funcionários e que seu marido, Héctor Martínez Sosa, esteve em várias ocasiões em Olivos, incluindo reuniões secretas com Fernández, que não foram registradas oficialmente.
Alberto Fernández deixou o cargo em 2023 e, após desistir das eleições, indicou o ministro da Economia, Sergio Massa, como seu sucessor. No entanto, Javier Milei venceu a eleição presidencial no segundo turno.